ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Carta ao Editor Índice de Massa Corporal Pode Influenciar a Variabilidade da Frequência Cardíaca Body Mass Index May Influence Heart Rate Variability Thalys Sampaio Rodrigues 1 e Levindo José Garcia Quarto 2 University of Melbourne Department of Medicine Austin Health, 1 Heidelberg, Victoria - Austrália Hospital Regional Norte, 2 Sobral, CE - Brasil Correspondência: Thalys Sampaio Rodrigues • 145 Studley road. 3084, Heidelberg, Victoria – Austrália E-mail: thalys.sampaiorodrigues@unimelb.edu.au Artigo recebido em 01/08/2018, revisado em 12/09/2018, aceito em 12/09/2018 Palavras-chave Hipertensão/prevalência; Diabetes Mellitus Tipo 2; Fatores de Risco; Doenças Cardiovasculares; Sistema Nervoso Autônomo; Frequência Cardíaca. 1. Bassi D, Cabiddu R, Mendes RG, Tossini R, Arakilian VM, Caruso FC, et al. Effects of coexistence hypertension and type II diabetes on heart rate variability and cardiorespiratory fitness. Arq Bras Cardiol.2018;11(1):64-72. 2. Benichou T, Pereira B, Mermillod M, Tauveron I, Pfabigan D, Magdasy S, et al. Heart rate variability in type 2 diabetes mellitus: A systematic review and meta–analysis. PloSone. 2018;13(4):e0195166. 3. LiaoD,SloanRP,CascioWE,FolsomAR,LieseAD,EvansGW.Multiplemetabolic syndromeisassociatedwith lowerheartratevariability:theAtherosclerosisRisk in Communities Study. Diabetes Care. 1998;21(12):2116-22. 4. Vasconcelos DF, Junqueira Junior LF. Cardiac autonomic and ventricular mechanical functions in asymptomatic chronic chagasic cardiomyopathy. Arq Bras Cardiol. 2012;98(2):111-9. 5. Windham BG, Fumagalli S, Ble A, Sollers JJ, Thayer JF, Najjar SS, et al. The relationship between heart rate variability and adiposity differs for central and overall adiposity. J Obes. 2012;2012:149516. 6. Sacre JW, Franjic B, Jellis CL, Jenkins C, Coombes JS, Marwick TH, et al. Association of cardiac autonomic neuropathy with subclinical myocardial dysfunctionintype2diabetes. JACC:CardiovascImaging. 2010;3(12):1207-15. Referências Carta-resposta Caro Editor, Agradecemos o interesse dos autores em relação ao nosso artigo, “Efeitos da Coexistência de Diabetes Tipo 2 e Hipertensão sobre a Variabilidade da Frequência Cardíaca e Capacidade Cardiorrespiratória”. Nós também apreciamos a oportunidade de responder aos seus comentários. Suas críticas ao nosso estudo concentraram-se principalmente em 3 questões: 1) falta de atenção metodológica em relação ao gênero, IMC e resistência à insulina dos participantes; 2) falta de detalhes metodológicos sobre a população do estudo, quanto aos hábitos de fumar e hiperlipidemia; e 3) falta de investigação consistente sobre cardiomiopatia isquêmica e não isquêmica. Agradecemos as preocupações dos autores; no entanto, não concordamos com muitos dos seus comentários. DOI: 10.5935/abc.20180201 Lemos com interesse o artigo de Bassi et al., 1 intitulado “Efeitos da Coexistência de Diabetes Tipo 2 e Hipertensão sobre a Variabilidade da Frequência Cardíaca e Capacidade Cardiorrespiratória”, publicado na edição de julho de 2018. Os autores investigaram a influência da hipertensão arterial sistêmica na modulação autonômica cardíaca em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e avaliaram a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) na capacidade de exercício nesses pacientes. Eles concluíram que a hipertensão afeta negativamente a função autonômica cardíaca, com maior comprometimento da VFC, quando comparada aos pacientes normotensos com DM2. Alguns aspectos deste estudo requerem discussão. Como relatado anteriormente, vários fatores podem ter impacto nos índices de VFC, incluindo sexo, resistência à insulina, índice de massa corporal (IMC), hiperlipidemia, hipertensão, cardiomiopatia isquêmica e não isquêmica e tabagismo. 2-4 Por exemplo, o aumento do IMC pode diminuir a VFC, particularmente quando a adiposidade central está presente. 5 De fato, o grupo hipertenso apresentou um IMC maior quando comparado ao grupo normotenso (28 ± 4,4 vs 31 ± 3,8, p=0,031). Dada a falta de controle do IMC entre os dois grupos, as conclusões dos autores devem ser consideradas com cautela. Por fim, sabe-se que a disfunção miocárdica subclínica é altamente prevalente em pacientes diabéticos e está independentemente associada à neuropatia autonômica cardíaca. 6 No entanto, os autores consideraram apenas a história clínica consistente com doença cardíaca isquêmica para estratificação/exclusão de pacientes para análise. Acreditamos que uma avaliação cardiovascular mais detalhada, incluindo ecocardiografia para determinar a massa ventricular esquerda e a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo, seria importante para melhor estratificar os pacientes e fortalecer suas conclusões. 640

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=