ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Imagem Arterite de Takayasu: Diagnóstico e Evolução para Complicação Grave Takayasu Arteritis: From Diagnosis to a Life-Threatening Complication Filipa Cordeiro, Sofia Silva Carvalho, Fernando Salvador, Alberto Ferreira, J. Ilidio Moreira Centro Hospitalar de Trás-Os-Montes e Alto Douro, Hospital de Vila Real, Portugal Correspondência: Filipa Cordeiro • Rua da Pena, nº420. 4750-693, Barcelos, Braga – Portugal E-mail: filipabritocordeiro@gmail.com Artigo recebido em 21/12/2017, revisado em 15/06/2018, aceito em 23/07/2018 Palavras-chave Arterite Takayasu/cirurgia; Aortite/fisiopatologia; Vasculite/fisiopatologia; Arterite de Takayasu/diagnostico por imagem; Vasculite. DOI: 10.5935/abc.20180195 Mulher de cor branca, 52 anos, foi internada com dor epigástrica intensa irradiando para as costas. O exame físico e o eletrocardiograma eram normais. Os exames laboratoriais mostraram leucocitose (11100 células/µl) e aumento dos níveis de proteína C-reativa (15,6 mg/dl). Devido à suspeita de síndrome aórtica aguda (SAA), ela foi submetida a tomografia computadorizada, que mostrou espessamento mural circunferencial da aorta com baixa atenuação (43 Unidades Hounsfield (HU)), havendo aumento da atenuação desse espessamento (73 HU) após administração de contraste (Figuras 1 A-C), sugestivo de aortite. 1 O ecocardiograma transesofágico também revelou aorta torácica espessada (Figura D). A ressonância magnética cardiovascular confirmou diagnóstico de aortite e excluiu o hematoma intramural (espessamento mural hipointenso em imagens ponderadas em T1 e hiperintenso em imagens ponderadas em T2) 1,2 (Figuras E-F). Sorologias infecciosas foram negativas. A paciente foi diagnosticada com Arterite de Takayasu (AT) na fase inflamatória inicial e iniciou o tratamento com altas doses de esteroides. Houve redução dos marcadores inflamatórios séricos e da inflamação da parede aórtica. A tomografia por emissão de pósitrons após quinze dias de terapia mostrou uma captação discreta do traçador na aorta torácica (Figura G). Após seis semanas de tratamento, a paciente iniciou uma intensa dor dorsal. A angiotomografia mostrou dissecção aórtica tipo A (Figura H). Foi submetida a cirurgia cardíaca de emergência, que incluiu ressecção de aorta ascendente, substituição por enxerto artificial e obliteração da falsa luz distal. O período pós-operatório foi sem problemas. A AT é uma vasculite rara, de grandes vasos, caracterizada por uma fase inflamatória seguida por uma fase sem pulso. 3,4 O uso da imagem multimodal é útil para o diagnóstico, que pode ser um desafio devido às semelhanças com a SAA, e para seguimento. 1,2 A dissecção aórtica é uma complicação excepcionalmente rara. 5 Contribuição dos autores Redação do manuscrito: Cordeiro F; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Cordeiro F, Carvalho SS, Salvador F, Ferreira A, Moreira JL. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohá vinculaçãodesteestudoaprogramas depós-graduação. 638

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