ABC | Volume 111, Nº4, Outubro 2018

Correlação Anatomoclínica Ávila et al Prótese mecânica cardíaca, gravidez e insuficiência respiratória e choque Arq Bras Cardiol. 2018; 111(4):629-634 Tabela1 – Evolução ecocardiográfica Medidas ecocardiográficas Data Pré-internação 04 junho 2018 14 junho 2018 Aorta (mm) 24 28 28 Átrio esquerdo (mm) 45 55 57 Ventrículo direito (mm) 24 26 41 Septo (mm) 10 9 9 Parede posterior (mm) 9 10 9 Ventrículo esquerdo Diast./Sist. (mm) 53/33 40/28 40/25 FEVE (%) Normal Normal Normal Gradiente trans-mitral max (mm Hg) 16 39 45 Gradiente trans-mitral médio (mm Hg) 6 25 30 Prótese mitral (mobilidade) Boa Baixa Baixa Trombo Não não Sim Pressão Sist VD (mm Hg) 46 75 73 Diast.: diastólico; Sist.: sistólico; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; VD: ventrículo direito. choque e necessidade de doses altas de noradrenalina, adrenalina e vasopressina. Continuou em choque e, apesar das medidas, apresentou quadro de bradicardia e assistolia e faleceu (7h22; 18 jun 2018). (Dra. Walkíria Samuel Ávila) Aspectos clínicos O caso relatado considera gestante primigesta de 36 anos de idade, portadora de cardiopatia congênita complexa corrigida, com prótese mecânica mitral com tempo de implante de 28 anos, fibrilação atrial paroxística e antecedentes de tromboembolismo, a triade que caracteriza alto risco tromboembólico.¹ Figura 3 – Radiografia de tórax revelando congestão pulmonar importante. Apesar disso, a paciente mantinha a meta de anticoagulação (INR = 3) adequada até o diagnóstico da gestação quando foi trocado o esquema de anticoagulação da varfarina por enoxaparina pelo risco de síndrome varfarínica fetal que ocorre entre a 6ª e 12ª semana de gestação (caracterizada por hipoplasia nasal, displasia das epífises ósseas, deformidades de membros, problemas neurológicos e respiratórios).¹ Porém, existem evidências menores da distribuição e biodisponibilidade errática da enoxaparina durante a gestação,² ainda sendo um desafio atual definir a melhor estratégia de anticoagulação nessa população de alto risco trombroembólico. 631

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=