ABC | Volume 111, Nº3, Setembro 2018

Diretrizes Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539 incluem, além de avaliação médica especializada, orientação farmacêutica, assistência psicológica, monitorização do serviço social e educação nutricional e dietética. 135,699 Após a conclusão do programa de transição, pacientes estáveis sob terapia otimizada podem retornar à equipe de Atenção Primária e/ou ao cardiologista geral. 700 configura apresentação clínica estágio D (classificação de Killip 4). 701 Esses critérios foram pormenorizados em 1999 por Hochman, no estudo SHOCK, 581 quando a definição passou a envolver critérios hemodinâmicos além daquilo descrito em 1967 por Killip e Kimball. 701 Recentemente, em 2012, o estudo IABP-SHOCK II acrescentou variáveis metabólicas laboratoriais, como o lactato sérico > 2 mmol/L, à definição de choque cardiogênico. 702 OQuadro 4.1 sumariza os critérios diagnósticos contemporâneos de choque cardiogênico. 4.1.1. Choque cardiogênico avançado Redes organizadas para o atendimento multi-institucional para o choque cardiogênico parecem ser uma estratégia para melhorar a morbimortalidade de pacientes antes tidos como refratários. 703 Registros de experiências priorizando transferências de pacientes com choque cardiogênico para centros especializados em tratamento do choque e em uso de suporte circulatório mecânico (SCM) demonstram taxas de sobrevida de 70% no primeiro mês e de 52% após 1 ano. (4) Estes pacientes, em geral, apresentam altos escores vasoinotrópicos pré-instalação de suporte circulatório, com uso prévio de Balão Intra-Aórtico (BIA) e apenas em 68% dos casos com evidência de vaso recanalizado nos casos pós‑IAM. Nestes casos, a mortalidade predita é acima de 80% no primeiro mês. 704 Já o estudo SHOCK incluiu pacientes com baixos escores de inotrópicos, e 96% dos casos apresentavam evidência de recanalização do vaso culpado, o que dificulta comparação com registros de pacientes mais graves. 581 4.2. Modelo assistencial do choque cardiogênico O conceito de times atuando no ambiente hospitalar tem sido progressivamente aplicado em cenários como time de AVC, trauma e resposta rápida. O objetivo é que o time facilite a rápida identificação do portador de choque cardiogênico ou do paciente sob risco de desenvolvê-lo, levando a definições Quadro 3.2 – Principais competências do enfermeiro coordenador Educação Fornecer educação sobre a doença em um nível apropriado de entendimento aos pacientes e seus familiares Aplicar metodologia de ensino para confirmar a compreensão da informação Encorajar os pacientes na gestão do autocuidado Permanecer atualizado nas evidências recentes sobre cuidados com IC Orientar os profissionais envolvidos na continuidade de cuidados com IC sobre o papel do enfermeiro coordenador Vínculo Servir como vínculo entre os pacientes e cuidadores, na transição de cuidados da assistência hospitalar para a ambulatorial Coordenar recursos e serviços especializados de forma apropriada Assegurar o agendamento de consultas, identificar omissos e coordenar o seguimento ambulatorial de pacientes que retornam para suas comunidades Comunicar-se com o médico de Atenção Primária ou o cardiologista geral Apoio Identificar pacientes admitidos por descompensação da IC e acompanhá-los durante a hospitalização Avaliar as necessidades emocionais e psicossociais de pacientes e familiares, e referenciar para programas de suporte especializados Identificar e contornar os obstáculos aos cuidados, como questões trabalhistas, de seguro, de transporte, entre outras Monitorização e divulgação Monitorar indicadores de qualidade predeterminados Apresentar os resultados do programa e auxiliar na divulgação IC: insuficiência cardíaca Recomendações Classe Nível de Evidência Referências Pacientes com IC e alto risco de readmissão hospitalar devem ser incluídos em programas de cuidados multidisciplinares para reduzir o risco de hospitalização I A 692 Programas multidisciplinares e clínicas de IC devem dispor de um profissional de enfermagem com experiência em IC I B 697 Retorno ambulatorial precoce e seguimento telefônico com o enfermeiro coordenador após a alta hospitalar podem ser indicados para aumentar a adesão terapêutica, e reduzir as taxas de readmissão e permanência hospitalar IIA B 697 4. Estágio D da insuficiência cardíaca no cenário agudo de descompensação 4.1. Choque cardiogênico Choque cardiogênico pode ser definido por PAS≤90mmHg e evidência de sinais clínicos de vasoconstricção periférica (oligúria, cianose e diaforese), quando, no contexto de IAM, 500

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