ABC | Volume 111, Nº3, Setembro 2018

Diretrizes Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda Arq Bras Cardiol. 2018; 111(3):436-539 Continuação Amiodarona para fibrilação atrial com alta resposta ventricular refratária, apesar do uso do BB e digital IIA C - Uso de medicamentos que causam retenção hidrossalina (anti‑inflamatórios e glitazonas) ou que têm efeito cardiodepressor (verapamil, diltiazem, nifedipino, propafenona, tricíclicos e quimioterápicos cardiotóxicos) em portadores de IC, especialmente durante a fase de descompensação III B - Recomendações Classe Nível de Evidência Referências Uso de anticoagulaço plena com heparina de baixo peso molecular* ou não fracionada em pacientes com IC aguda, na presenca de fibrilaço atrial, trombo intracavitario ou protese valvular mecanica, com ou sem disfunço ventricular I A-B* 664,665 Uso de anticoagulaço plena com heparina de baixo peso molecular ou não fracionada, associada com antiagregantes plaquetários em pacientes com IC aguda com síndrome coronária aguda I A 666 Uso de anticoagulaço com heparina de baixo peso molecular ou não fracionada em pacientes com cardiomiopatia periparto ou miocardio nao compactado com disfunção ventricular importante I C - Profilaxia de trombose venosa profunda, com heparina não fracionada em baixas doses ou heparina de baixo peso molecular, na ausência de anticoagulação plena I B 667 Em pacientes com disfunço renal ( clearance de creatinina < 30 mL/minuto), evitar o uso de heparina de baixo peso molecular, e utilizar preferencialmente heparina não fracionada I B 667 Também estão definidas as recomendações para uso de anticoagulantes na IC aguda. 2.4. Doença arterial coronariana e síndrome coronária aguda Estima-se que aproximadamente 18,7% dos pacientes com IAM apresentam IC na admissão ou durante a hospitalização, variando de forma crescente com a idade. A presença IC na admissão está associada com aumento de quatro vezes na mortalidade e atinge todo espectro da Síndrome Coronária Aguda (SCA), variando de acordo com a gravidade da apresentação (Killip I 2,9% vs. Killip II 9,9% vs. Killip III 20,4% vs. Killip IV 50%). 668 De maneira geral, estratégia invasiva precoce com coronariografia está indicada em todos os pacientes com SCA e sintomas de IC aguda, exceto naqueles com contraindicação à revascularização miocárdica. O tamanho da área do infarto está diretamente relacionado com a taxa de mortalidade e a hospitalização por IC. A angioplastia primária é a estratégia de escolha e deve ser realizada o mais precocemente possível. 669 Emcerca de 10%dos casos, pode ocorrer choque cardiogênico na apresentaçãoda SCA. Aestratégiapreferidade abordagemdeve ser a angioplastia coronariana percutânea. Na impossibilidade de angioplastia, deve-se optar por cirurgia de revascularização miocárdica de urgência. Nestes pacientes, é fundamental avaliar complicações mecânicas como causa da instabilidade. Além do uso de drogas vasoativas, diversos tipos de dispositivos de assistência ventricular mecânica vêm sendo utilizados, com o objetivo de garantir melhor suporte hemodinâmico,como ponte para recuperação, transplante ou terapia de destino, empacientes com disfunções ventriculares permanentes. 581,670 2.5. Fibrilação atrial A FA é a arritmia mais comum em pacientes com IC descompensada e está presente em até 40% dos pacientes hospitalizados, sendo que, em um terço deles, a FA é de início recente. O desenvolvimento de FA piora o desempenho cardíaco e está associado a um aumento de duas vezes na mortalidade, com incremento do risco de evento cardioembólico, sendo fator de mau prognóstico na IC. 671 O tratamento consiste em prevenção de eventos embólicos e controle de frequência cardíaca ou cardioversão elétrica, no caso de frequência cardíaca elevada (> 150 bpm) com comprometimento hemodinâmico associado. É importante afastar causas reversíveis, como alterações de função tireoidianas, distúrbios eletrolíticos, isquemia, doenças da válvula mitral, infecções, abuso de álcool e cirurgias recentes. 2.6. Valvulopatias Valvulopatias agudas podem ser causadas por dissecção de aorta, isquemia, ruptura de cordoalha ou de músculo papilar e endocardite. As mais frequentes são insuficiência mitral e aórtica. O tratamento é a correção cirúrgica de urgência. Em próteses com disfunção importante, a cirurgia de retroca está indicada, na presença de sintomas e/ou anemia hemolítica. Em indivíduos com bioprótese e alto risco cirúrgico, o implante por cateter ( valve-in-valve ) pode ser considerado. A trombose de prótese pode ser causada por trombo ou proliferação de pannus e deve ser suspeitada sempre que houver piora da dispneia, especialmente no contexto de anticoagulação inadequada ou em estados de hipercoagulabilidade. O tratamento pode ser feito com trombólise ou cirurgia, dependendo das características clínicas e ecocardiográficas. 672 2.7. Pericardiopatias Tamponamento cardíaco é uma condição grave, causada por acúmulo de líquido no espaço pericárdico, levando a choque obstrutivo, manifesto por hipotensão arterial, taquicardia, turgência jugular, pulso paradoxal (redução da PAS na inspiração > 10 mmHg) e abafamento de bulhas 496

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