ABC | Volume 111, Nº2, Agosto 2018

Artigo Original Rodrigues et al Exercício físico e regulação de cálcio Arq Bras Cardiol. 2018; 111(2):172-179 Figura 1 – (A) Tempo total até a fadiga dos animais normotensos e hipertensos antes (pré) e após (pós) o treinamento. (B) Velocidade de corrida durante os treinamentos. NT, normotenso treinado. HT hipertenso treinado. Dados são media ± DP de 8 animais em cada grupo. *diferente NT‑Pré; # diferente HT-Pré (p < 0.05). 60 40 20 0 NT-Pré HT-Pré NT-Pós HT-Pós *# *# NT HT Tempo total até a fadiga (min) 1 2 3 4 5 6 7 8 Semanas 35 30 25 15 20 A B Velocidade de Corrida (m/min) Os resultados referentes à PAS são apresentados na Figura 2. O programa de exercício físico aplicado não alterou a PAS nos animais normotensos em relação ao pré-treinamento; por outro lado, no grupo experimental hipertenso, o treinamento físico reduziu a PAS em relação ao pré-treinamento (Figura 2A). A figura 3 apresenta os dados da contratilidade celular. A amplitude de contração não foi afetada pela hipertensão nem pelo treinamento físico (Figura 3A). Da mesma forma, o tempo para o pico de contração não foi alterado em nenhum dos grupos experimentais (Figura 3B). Entretanto, o treinamento físico foi capaz de diminuir o tempo para 50% de relaxamento (Figura 3C) nos animais normotensos, mas não nos hipertensos. A Figura 4A mostra que o treinamento físico não modificou a amplitude de [Ca 2+ ] i nos animais normotensos. Porém, o treinamento físico aumentou a amplitude do [Ca 2+ ] i no grupo HT, comparado ao HS. O treinamento físico também diminuiu o tempo para o pico do [Ca 2+ ] i nos animais do grupo NT, em relação aos do grupo NS (Figura 4B), mas não nos animais hipertensos. O tempo para 50% de decaimento do [Ca 2+ ] i (Figura 4C) foi aumentado no grupo NT em relação ao NS. Nos animais hipertensos, todavia, o treinamento físico reduziu este parâmetro (p < 0,05). O protocolo de treinamento físico aplicado não causou nenhuma modificação na expressão de mir-214 nos animais normotensos (Figura 5). Entretanto, nos animais hipertensos houve aumento no grupo HT em relação ao HS e aos demais grupos. Discussão Neste estudo, verificaram-se os efeitos do treinamento aeróbico sobre a contratilidade e a concentração intracelular de Ca 2+ transitória em miócitos e a expressão do miR-214 no VE de ratos hipertensos. Os resultados mostram que o treinamento aeróbico aplicado, além de reduzir a PAS dos animais hipertensos, aumentou amplitude e reduziu o tempo para 50% de decaimento da concentração intracelular de Ca 2+ transitória, assim como aumentou a expressão de miR-214. Todavia, a contratilidade de miócitos isolados do VE não foi alterada. A eficiência do programa de treinamento físico usado no presente estudo foi confirmada quando os animais treinados apresentaram uma maior capacidade física, representada pelo TTF, comparada aos seus respectivos controles. Esta maior capacidade física de SHR em resposta ao treinamento aeróbico já foi demonstrada em estudos prévios. 10,17,18 Mais importante, o treinamento físico reduziu a PAS nos animais hipertensos, e esse efeito está bem estabelecido na literatura. 11,19 Tabela 1 – Peso corporal e dos ventrículos nos grupos experimentais NS (n = 8) NT (n = 8) HS (n = 8) HT (n = 8) Valor de p PC (g) 411,30 ± 21,51 447,10 ± 43,94 350,60 ± 21,97* & 338,90 ± 30,67 *& 0,001 PV (g) 1,62 ± 0,20 1,49 ± 0,25 1,47 ± 0,17 1,66 ± 0,23 0,954 PVE (g) 1,12 ± 0,13 1,08 ± 0,13 1,18 ± 0,14 1,25 ± 0,15 0,265 PV/PC (mg/g) 3,97 ± 0,62 3,46 ± 0,47 4,19 ± 0,45 4,93 ± 0,80 *& 0,000 PVE/PC (mg/g) 2,75 ± 0,42 2,42 ± 0,23 3,39 ± 0,39 *& 3,72 ± 0,48 *& 0,000 NS: normotenso sedentário; NT: normotenso treinado; HS: hipertenso sedentário; HT: hipertenso treinado; PC: peso corporal; PV: peso dos ventrículos; PVE: peso do ventrículo esquerdo; n, número de animais; * diferente NS; & diferente NT (p < 0.05). 175

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