ABC | Volume 111, Nº2, Agosto 2018

Artigo Original Sampaio et al Monitorização do ritmo, fibrilação atrial e acidente vascular cerebral Arq Bras Cardiol. 2018; 111(2):122-131 Tabela 3 – Achados de monitorização via Holter segundo os grupos de avaliação Variáveis AVC/AIT (n = 26) Controles (n = 26) Valor de p F Fibrilação atrial (< 30 segundos) 1 (3,8%) - - Taquicardia atrial 16 (61,5%) 9 (34,6%) 0,095 < 65 anos 1 (16,7%) 2 (25%) 1,000 ≥ 65 anos 15 (75%) 7 (38,9%) 0,047 ESSV frequentes* < 65 anos 5 (19,2%) 3 (11,5%) 0,703 ≥ 65 anos 5 (25%) 3 (16,7%) 0,697 Taquicardia atrial ou ESSV frequentes 17 (65,4%) 10 (38,5%) 0,095 < 65 anos 1 (16,7%) 2 (25%) 1,000 ≥ 65 anos 16 (80%) 8 (44,4%) 0,042 Taquicardia ventricular 6 (23,1%) 5 (19,2%) 1,000 < 65 anos - 1 (12,5%) - ≥ 65 anos 6 (30%) 4 (22,2%) 0,719 ESSV frequentes 6 (23,1%) 7 (26,9%) 1,000 < 65 anos - 1 (12,5%) - ≥ 65 anos 6 (30%) 6 (33,3%) 1,000 ESSV: extrassístoles supraventriculares; *no caso das extrassístoles, foram consideradas frequentes aquelas com mais de 30 ocorrências/hora; F teste exato de Fisher. Por esse motivo, observamos com particular interesse uma maior prevalência de tabagismo no grupo de pacientes com AVC/AIT (p = 0,038), principalmente em pacientes acima de 65 anos (p = 0,045). Metanálise recente mostrou que o tabagismo está associado a um modesto aumento do risco de FA, e a eliminação do hábito de fumar parece reduzir, mas não elimina totalmente o risco a ele associado. 16-18 Entretanto, quando se adiciona o tabagismo ao escore, não resulta melhora na predição do risco de AVC/AIT. 19 Monitorização por telefonia celular Embora a performance dos sistemas de monitorização por Holter e por PoIP tenha sido equivalente nas primeiras 24 horas, detectamos problemas na conexão e transmissão Tabela 2 – Tempo de monitorização (horas) segundo grupos de avaliação Variáveis Amostra (n = 52) AVC/AIT (n = 26) Controles (n = 26) Valor de p Holter Tempo de gravação 23,5 ± 0,6 23,4 ± 0,8 23,5 ± 0,4 0,948 Perda (artefatos) 0,6 ± 1,4 0,6 ± 1,7 0,6 ± 1 0,162 PoIP Tempo de conexão 156,5 ± 22,5 148,8 ± 25,6 164,3 ± 15,8 0,024 Tempo de gravação 1º dia 19,2 ± 3,4 19,1 ± 2,5 19,2 ± 4,2 0,514 Tempo de gravação 148,8 ± 20,8 143,9 ± 23,3 153,7 ± 16,9 0,080 Perda (artefatos) 50,9 ± 26,2 45,6 ± 26,3 56,1 ± 25,5 0,081 Teste de Wilcoxon Mann-Whitney para amostras independentes; monitorização máxima planejada via Holter era de 1 dia (24 horas), e via PoIP de 7 dias (168 horas); comparação tempos de gravação Holter e PoIP (1º dia): p < 0,001 W. do sinal pelo PoIP. Observou-se perda de conexão com a operadora, que representou 6,8% do tempo, menor tempo de gravação no servidor e menor perda por artefatos (Tabela 2). A perda de conectividade foi maior nos pacientes hospitalizados (com AVC) (p = 0,024). Para entender melhor esse dado, realizamos uma aferição do sinal da operadora com o software Network Monitor® nas dependências da enfermaria utilizadas. Observamos grande variação da intensidade do sinal dependendo do local. Medidas na entrada, no centro e na saída da enfermaria mostraram velocidades de 1,6, 12,3 e 0,3 Mbs com intensidades do sinal em60, 70 e 20%. Esta grande variação de intensidade do sinal e velocidade de conexão relacionada à área física do Hospital explicam maiores perdas nos pacientes ali internados, problemas menos prováveis de ocorrerem em pacientes ambulatoriais. 127

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