ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Original Pereira et al. Genes e risco de doença arterial coronariana Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):50-61 Tabela 5 – Tabela de reclassificação comparando-se risco predito para doença arterial coronariana com e sem os quartis do escore de risco genético Risco predito (sem ERG) Reclassificação do risco predito (com ERG) % aumento % redução Pacientes com DAC (n = 1566) < 25% 25-50% 50-75% 75-100% < 25% 6 11 0 0 0,7% 0% 25-50% 44 335 123 0 7,9% 2.8% 50-75% 0 59 471 305 19,5% 3.8% 75-100% 0 0 9 203 0% 0.6% NRI dos pacientes com DAC 20,9% Controles sadios (n = 1322) < 25% 65 36 0 0 2,7% 0% 25-50% 186 504 88 0 6,7% 14.1% 50-75% 0 60 268 79 6% 4.5% 75-100% 0 0 1 35 0% 0.1% NRI controles 3,3% NRI total 24,2% DAC: doença arterial coronariana; NRI: Net Reclassification Improvement (melhora na reclassificação). Limitações do estudo A principal utilidade clínica do ERG em nossa população observada foi uma melhora discreta na estratificação de risco. Comparado à estratificação de FRTs, o ERG parece ser uma melhor ferramenta para identificação de indivíduos em risco aumentado (maior que a média) para DAC. O número e o tipo de SNPs incluídos no estudo foram limitados e um número maior de SNPs de hits genéticos deve ser incluído em estudos futuros. No entanto, até o momento, a maior capacidade de se analisar múltiplos SNPs no ERG não foi traduzida emmaior capacidade de predição de risco. Finalmente, o presente estudo não incluiu análises gene-gene ou gene-ambiente. Tais análises aumentariam a significância estatística e, por isso, sua inclusão, bem como a de FRTs no ERG melhoraria nossa capacidade de predizer o risco individualmente e com precisão. Conclusões Um ERG baseado em múltiplas variantes de risco genético associou-se com risco aumentado de DCV em uma população portuguesa. Um ERG calculado com os 31 SNPs estudados apresentouassociação significativa comDAC, e25%dos indivíduos que carregam os alelos de maior risco têm, aproximadamente, 2,5 vezes maior risco para DAC em comparação àqueles situados no quartil mais baixo. O ERG promoveu uma pequena melhora na capacidade preditiva de risco em comparação ao modelo inicial, e pode melhorar a estratificação de risco individual. Esses resultados destacam o valor potencial de se incluir a informação genética aos modelos tradicionais. Agradecimentos Agradecemos à Elsa Sousa, quem realizou todos os procedimentos administrativos, e à Rita Freitas (CIDEHUS, Universidade de Évora, Portugal), quem revisou o manuscrito quanto à análise estatística. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa e Redação do manuscrito: Pereira A; Obtenção de dados: Pereira A, Freitas AI, Sousa AC, Brehm A; Análise e interpretação dos dados e Análise estatística: Pereira A, Freitas S, Henriques E, Rodrigues M; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Pereira A, Mendonça MI, Borges S, Brehm A, Reis RP. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de tese de Doutorado de Andreia Pereira pela Universidade Nova de Lisboa. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do SESARAM, EPE sob o número de protocolo 50/2012. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declaração de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 58

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