ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Original Pereira et al. Genes e risco de doença arterial coronariana Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):50-61 Figura 2 – Distribuição do escore de risco genético em decis por casos e controles. Utilizou-se um modelo de regressão logística com o 5º decil para os controles como classe de referência. Distribuição do escore de risco genético (decis) 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 Indivíduos (%) 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 OR Casos Controles OR 1º 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10° 6,8 13,7 0,61 8,4 11,9 0,87 9,0 11,3 0,97 9,5 10,5 1,10 9,1 11,1 1 10,7 9,2 1,42 10,7 9,2 1,43 10,9 9,1 1,47 12,1 7,6 1,96 13,0 6,4 2,47 Tabela 3 – Análise multivariada realizada com escore de risco genético multiplicativo (ERGM) e fatores de risco tradicionais Variáveis OR* (IC 95%) Valor de p OR + (IC 95%) Valor de p ERGM (Quartis) ------ ------ ------ < 0,0001 2 o 1,355 (1,082 – 1,698) 0,008 1,406 (1,107 – 1,786) 0,005 3 o 1,934 (1,539 – 2,429) < 0,0001 2,006 (1,575 – 2,554) < 0,0001 4 o 2,727 (2,162 – 3,439) < 0,0001 2,657 (2,083 – 3,389) < 0,0001 Tabagismo 3,440 (2,887 – 4,100) < 0,0001 3,651 (3,030 – 4,401) < 0,0001 Diabetes 3,138 (2,559 – 3,847) < 0,0001 3,436 (2,763 – 4,273) < 0,0001 Hipertensão 2,067 (1,744 – 2,450) < 0,0001 2,187 (1,816 – 2,633) < 0,0001 Dislipidemia 1,298 (1,023 – 1,646) 0,032 1,344 (1,044 – 1,731) 0,022 Constante 0,186 < 0,0001 Teste de Wald (forward) (SPSS vs. 19.0); Controles: LDL > 140 mg/dL, HDL < 40 para homens e < 45 para mulheres; triglicerídeos > 150 mg/dL, APO B > 100mg/dL. Casos: LDL > 100 mg/dL; triglicerídeos > 150 mg/dL, HDL < 40 mg/dL para homens e < 45 mg/dL para mulheres; APO B > 100 mg/dL, não-HDL > 130 mg/dL. OR*: odds ratio ajustado para idade e sexo; OR + : Odds ratio ajustado para sexo, idade, frequência cardíaca, velocidade de onda de pulso, estilo de vida sedentário, índice de massa corporal, e história familiar. IC: intervalo de confiança. Significância estatística: p < 0,05. de 1,5 (p = 0,048). Os autores concluíram que, apesar de o mecanismo subjacente ao risco não ser conhecido, encontrou-se resultado consistente desse alelo de risco na estratificação de risco para DAC, mesmo em populações muito diferentes. A presença de genótipo CC ou CG parece, então, ser útil na predição do risco de se desenvolver DAC na população portuguesa. 19 A meta-análise de GWAS para DAC mais recente identificou 46 associações significativas e 104 associações potenciais com risco aumentado para DAC. 20,21 Em nosso estudo, observamos um aumento contínuo e gradual no risco de DAC com o aumento no número de alelos para risco de DAC. Indivíduos no decil mais baixo estão naturalmente protegidos, ao passo que aqueles no decil superior do ERG apresentaram um risco de 2,472 (1,755 – 3,482). Apesar de haver sobreposição na distribuição do escore de casos e controles, o ERG está significativamente associado com o risco para DAC, e pode ser utilizado na identificação de indivíduos com maior risco, em termos de estilo de vida e intervenções terapêuticas. Nossos resultados são similares a de outros estudos em populações caucasianas em que o ERG com 13, 29 ou 109 NPs 22‑24 eram independentes, e promoveram um pequeno aumento no poder preditivo de FRTs observado por aumentos na AUC, mudanças no index-C ou métodos estatísticos discriminatórios mais modernos como medidas de reclassificação ou de discriminação melhorada ( improved discrimination ). 56

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