ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Original Erturk et al. Adropina e Irisina Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):39-47 Tabela 3 – Análise da curva receiver-operating characteristic de adropina, irisina e peptídeo natriurético cerebral (BNP) para predição de caquexia Variável AUC EP IC 95% P valor Sensibilidade Especificidade VPP VPN Adropina 0,770 0,052 0,668-0,872 0,0001 %77,3 %64,3 %69,4 %73,0 Irisina 0,705 0,056 0,596-0,815 0,001 75,0 %52,4 %62,3 %66,7 BNP 0,700 0,056 0,590-0,811 0,001 %72,7 %61,9 66,7 %68,4 AUC: área sob a curva (area under the curve); EP: erro-padrão; VPP: valor preditivo positivo; VPN: valor preditivo negativo. Tabela 4 – Análises de regressão logística para identificar os fatores de risco independentes associados com caquexia cardíaca Univariada Multivariada p OR IC 95% p OR IC 95% Albumina 0,044 0,331 0,113-0,972 0,387 0,571 0,161-2,029 BNP 0,013 1,000 1,000-1,001 0,770 1,000 1,000-1,000 Idade 0,151 1,023 0,992-1,056 Sexo 0,779 1,133 0,472-2,720 Irisina 0,025 1,865 1,081-3,218 0,776 0,880 0,378-2,047 Adropina 0,002 1,016 1,006-1,026 0,017 1,021 1,004-1,038 Creatinina 0,760 1,098 0,604-1,994 Glicose 0,720 0,999 0,992-1,005 FEVE 0,880 0,996 0,939-1,056 Colesterol total 0,239 0,994 0,984-1,004 Triglicerídeos 0,302 0,996 0,987-1,004 LDL 0,363 0,995 0,983-1,006 HDL 0,022 0,941 0,893-0,991 0,102 0,950 0,893-1,010 NYHA III - IV 0,016 3,000 1,226-7,339 0,463 0,550 0,111-2,717 BNP: peptídeo natriurético cerebral; FEVE: fração de ejeção ventricular esquerda; LDL: lipoproteína de baixa densidade; HDL: lipoproteína de alta densidade; NYHA: New York Heart Association. Embora a irisina seja predominantemente expressa no músculo e diretamente associada com a massa muscular, pode ser expressa em diferentes tecidos. Sabe-se que o tecido adiposo marrom dissipa energia na forma de calor através da ativação da proteína 1 desacopladora. Esse processo aumenta o gasto energético, reduz o peso corporal e melhora os parâmetros metabólicos, como a sensibilidade à insulina. No tecido adiposo branco, a irisina estimula as alterações fenotípicas BAT-like (tipo tecido adiposo marrom) através de um processo conhecido como ‘tornar amarronzado’. Com base nessas propriedades, propôs-se que a irisina fosse um possível novo tratamento para diabetes e obesidade. 29 Embora alguns estudos tenham relatado correlações positivas entre irisina e IMC, outros obtiveram resultados contraditórios. 6,29 O presente estudo revelou uma correlação inversa entre irisina e IMC. Além disso, AMB, PCT e níveis séricos de albumina foram inversamente relacionados com irisina. Em pacientes com ICFER, perdas muscular, adiposa e óssea foram associadas com piores desfechos. 30 Ademais, um estudo recente demonstrou uma redução gradual nos níveis de irisina em pacientes com IAM, sugerindo que a irisina possa ser um novo marcador diagnóstico nesse contexto. 31 Em um estudo recentemente publicado, Shen et al., 32 relataram níveis séricos de irisina significativamente mais altos em pacientes que morreram por insuficiência cardíaca aguda (ICA) em comparação aos daqueles que sobreviveram à ICA, sendo preditores de mortalidade por todas as causas em 1 ano em pacientes com ICA. Naquele estudo, determinaram-se a irisina e o NT-pró-BNP por análise da curva ROC. O NT‑pró-BNP (AUC: 0,670) apresentou apenas valor prognóstico moderado para risco de mortalidade por ICA em comparação ao nível sérico de irisina (AUC: 0,753).32 Os achados daquele estudo são similares aos nossos. Isso pode ser consequência do metabolismo do tecido adiposo e da resistência insulínica. Estudos são necessários para determinar se os níveis de irisina resultam da reduzida massa muscular periférica em pacientes caquéticos com ICFER. Além disso, o nosso estudo mostrou que a adropina é melhor preditor do que a irisina e o BNP. No nosso estudo, apenas a adropina mostrou ser preditor independente de caquexia em pacientes com insuficiência cardíaca. Ainda que a irisina tenha predito caquexia cardíaca na análise univariada, não o fez na análise multivariada. A irisina mostrou-se um biomarcador preditivo de mortalidade por todas as causas em 1 ano no estudo de Shen et al. 32 Tal diferença pode dever-se ao fato de que a molécula de adropina não foi usada na análise multivariada desse estudo. Investigação adicional é necessária para examinar essa relação. 45

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