ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Original Erturk et al. Adropina e Irisina Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):39-47 Tabela 2 – Correlações de adropina e irisina com os parâmetros clínicos e laboratoriais dos pacientes Idade IMC AMB PCT Albumina BNP NHYA Irisina FEVE Creatinina Adropina r 0,077 -0,463 -0,386 -0,415 -0,250 0,676 0,762 0,669 -0,042 0,177 p 0,480 <0,001 < 0,001 < 0,001 0,02 < 0,001 < 0,001 < 0,001 0,704 0,104 Irisina r 0,044 -0,384 -0,279 -0,374 -0,323 0,403 0,523 0,123 0,232 p 0,687 < 0,001 < 0,001 < 0,001 0,002 < 0,001 < 0,001 0,259 0,031 IMC: índice de massa corporal; AMB: área muscular do braço; PCT: prega cutânea tricipital; BNP: peptídeo natriurético cerebral; NYHA: New York Heart Association; FEVE: fração de ejeção ventricular esquerda. Figura 2 – Curva receiver-operating characteristic para valor discriminativo dos níveis séricos de adropina, irisina e BNP em pacientes com ICFER sistólica com e sem caquexia. 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0,0 0,0 Sensibilidade 1 – Especificidade Irisina Adropina BNP Linha de referência na sensibilidade insulínica e perda de peso. Logo, a perda de peso em pacientes caquéticos com ICFER poderia contribuir para a elevação dos níveis séricos de adropina. Os achados deste estudo apontam para a associação metabólica de aumento da adropina sérica com perda muscular e lipólise em pacientes caquéticos com ICFER. Além dos importantes efeitos metabólicos da adropina, Lovren et al., 24 atribuíram um potencial papel endotelial protetor a essa proteína que é provavelmente mediada pela superexpressão da sintase de óxido nítrico endotelial (eNOS). Aqueles autores sugeriram que a adropina possa auxiliar na proteção contra doenças vasculares ao elevar de maneira significativa a expressão da eNOS das células endoteliais das artérias coronárias. 24 Topuz et al., 9 relataram níveis reduzidos de adropina em pacientes com diabetes tipo 2 e disfunção endotelial. Wu et al., 8 mostraram uma associação inversa e independente entre os níveis de adropina e a gravidade da aterosclerose coronariana em pacientes diabéticos. Zhang et al., 25 apresentaram resultados similares para pacientes comdoença arterial coronariana estável. Esses mesmos autores, em outro estudo, relataram uma importante associação entre os níveis reduzidos de adropina, a alta pontuação no escore SYNTHAX e a gravidade da doença arterial coronariana estável. 26 Yu et al., 27 examinaram o papel da adropina no infarto agudo do miocárdio (IAM) e mostraram redução dos níveis séricos de adropina em casos de IAM. Ao elevar a eNOS, a adropina pode melhorar a disfunção endotelial, o que foi amplamente relatado em pacientes com ICFER, assim como desacelerar a disfunção ventricular esquerda na ICFER. 28 Lian et al., 7 correlacionaram os níveis elevados de adropina na ICFER com a gravidade da ICFER de acordo com a classe da NYHA e os níveis de BNP. O presente estudo revelou achados e relações similares em pacientes caquéticos com ICFER. Diferentemente do estudo de Lian et al., 7 no qual os níveis de adropina e o IMC correlacionaram‑se diretamente entre si, houve uma relação inversa entre os níveis de adropina e o IMC na caquexia cardíaca no presente estudo, como esperado. 44

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