ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Original Martins et al Regurgitação aórtica após cirurgia de Jatene Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):21-28 Tabela 2 – Anomalias associadas nos grupos de TGA simples e de TGA complexa Anomalias Associadas (n = 21) TGA simples TGA complexa Dextrocardia em situs solitus 2 0 Dextrocardia em situs inversus 0 1 Justaposição de apêndices atriais 3 1 Aorta em L-posição 0 3 Stradling tricúspide 0 2 Ventrículo superoinferior 0 2 Anomalias do arco aórtico 1 6 TOTAL 6 15 TGA: transposição das grandes artérias. Tabela 3 – Médias e desvios-padrão das idades dos pacientes dos grupos de TGA simples e de TGA complexa Variáveis n Média ± desvio padrão Teste estatístico Valor p Idade no controle TGA simples 84 6,40 ± 4,73 anos Teste t de Student < 0,0001 TGA complexa 43 9,26 ± 4,22 anos (*) *t = 3,34. TGA: transposição das grandes artérias. Discussão O primeiro relato de reintervenção por regurgitação da valva neo-aórtica após cirurgia de Jatene foi feito em 2009 em um adolescente (16 anos). 16 O mesmo relatório concluiu que a dilatação da neo-aorta estava presente em dois terços dos pacientes, e a regurgitação moderada foi observada em 15%, enfatizando a necessidade de acompanhamento cuidadoso nesse grupo de pacientes. Embora a incidência global relatada de cirurgia para dilatação da neo-aorta e regurgitação da valva neo-aórtica após cirurgia de Jatene ainda seja baixa em 10 anos (2‑2,5%), 6,17‑19 vários grupos observaram que o desenvolvimento de regurgitação e dilatação da neo-aorta é um fenômeno dependente do tempo, sendo obrigatória uma rígida vigilância desses pacientes. 6,20,21 McMahon et al., 22 encontraram aumento moderado da raiz neo‑aórtica (escore Z entre 3 e 4) em52%e aumento grave da raiz neo‑aórtica (escore Z>5) em25%. Eles tambémdemonstraram que o desenvolvimento de regurgitação significativa da valva neo-aórtica foi fortemente associado ao desenvolvimento da dilatação da neo-aorta, o que também é confirmado por outros. 23 Schwartz et al., 24 concluíram que, após cirurgia de Jatene, a dilatação da raiz da neo-aorta e a regurgitação da valva neo-aórtica continuam a se desenvolver ao longo do tempo, mas essa dilatação da raiz aórtica tende a não ser progressiva durante o seguimento tardio. No entanto, nessa série, o último acompanhamento foi de até 16 anos, enquanto Demo Walter et al., 19 concluíramque a regurgitação da valva neo-aórtica pode se desenvolver em até 15 anos. Em nossa série, dois pacientes necessitaramde reintervenção para dilatação progressiva da raiz neo-aórtica associada a regurgitação da valva neo-aórtica em um seguimento de 9,81 ± 4,21 anos. O significado de vários fatores de risco no desenvolvimento da regurgitação da valva neo-aórtica tardia e dilatação da raiz aórtica, como dilatação da artéria pulmonar no pré-operatório, idade da cirurgia de Jatene além do 1º ano de vida, presença de CIV e TGA complexa, tem sido demonstrado emvários estudos, 6,18-21 mas esses achados não podem ser repetidos emoutras grandes séries. 8,23 Emnossa série, assim como na de outros investigadores, 6,21,23 observamos que o Tabela 4 – Comparação entre as médias do Z escore da artéria pulmonar (pré-operatório) e do Z escore do anel aórtico no pós-operatório nos pacientes dos grupos de TGA simples e de TGA complexa Escore Z (TGA complexa) Média ± desvio-padrão Diferença entre as médias Teste t pareado Valor p Pré 1,9 ± 1,1 -0,3 ± 0,4 4,88 < 0,0001 Pós 2,2 ± 1,3 Escore Z (TGA simples) Média ± desvio-padrão Diferença entre as médias Teste t pareado Valor p Pré 1,6 ± 0,7 -0,2 ± 0,3 4,81 < 0,0001 Pós 1,8 ± 1,0 *p < 0,0001. TGA: transposição das grandes artérias. 25

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=