ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Original Martins et al Regurgitação aórtica após cirurgia de Jatene Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):21-28 Tabela 1 – Médias, desvios-padrão e medianas dos pacientes dos grupos de TGA simples e TGA complexa submetidos à cirurgia de Jatene Variáveis n Média ± desvio-padrão Mediana Teste estatístico Sexo TGA simples Masculino 60 Qui-quadrado = 0,83 Feminino 24 TGA complexa Masculino 30 Feminino 13 Superfície corporal TGA simples 84 0,20 ± 0,04 m 2 0,20 p = 0,86 TGA complexa 43 0,21 ± 0,08m 2 0,20 Escore Z anel pulmonar TGA simples 84 1,6 ± 0,6 0,2 ± 0,3 p = 0,18 TGA complexa 43 1,9 ±1,1 0,3 ± 0,4 (*) Diferença com significância estatística. TGA: transposição das grandes artérias. Foi considerado o valor p < 0,05 como limiar de significância estatística. Resultados Análise de pré-operatório dos grupos de TGA simples e complexa As características pré- e peroperatórias dos dois grupos estão apresentadas na Tabela 1, sendo: sexo, superfície corporal, idade e medida no anel pulmonar indexada à superfície corporal. Dos 127 pacientes avaliados, 84 foram incluídos no grupo da TGA simples e 43 no grupo da TGA complexa. O tempo de seguimento foi de 7,4 ± 4,7 anos. As médias para superfície corporal foram de 0,20 ± 0,04 m 2 para o grupo da TGA simples e de 0,21 ± 0,08 m 2 para o grupo da TGA complexa. Na comparação do escore Z do anel pulmonar no pré‑operatório, como demonstrado na Tabela 1, observa-se que o grupo da TGA complexa apresenta maior escore Z, achado com significância estatística. Na análise das anomalias associadas, essas foram encontradas em 21 pacientes (16,5%), como demonstrado na Tabela 2. Dentre as anomalias associadas, a mais frequente foi a anomalia do arco aórtico, encontrada em 7 pacientes (5,5%), sendo 6 no grupo de TGA complexa. Análise de pós-operatório dos grupos de TGA simples e complexa Análise 2.1 - De acordo com a Tabela 3, as médias de idade para o grupo de TGA simples e de TGA com CIV foram 6,4 ± 4,73 anos e 9,26 ± 4,22 anos, respectivamente. Análise 2.2 - Na avaliação de pós-operatório, como demonstrado na Tabela 4, em que se comparou a relação entre o escore Z da artéria pulmonar no pré-operatório com a neo-aorta no pós-operatório nos 84 pacientes do grupo da TGA simples e nos 43 do grupo de TGA complexa, foi demonstrada significância estatística entre as médias. Análise 2.3 - Na avaliação do grau de regurgitação da valva neo-aórtica nos grupos de TGA simples e complexa, foi observado, como demonstrado na Tabela 5, que 74 pacientes do grupo de TGA simples (88%) e 16 pacientes do grupo de TGA complexa (37,2%) apresentavam regurgitação considerada ausente ou trivial. Regurgitação leve foi observada em 5 pacientes do grupo de TGA simples (5,9%) e em 8 pacientes (18,6%) do grupo da TGA complexa. Já regurgitação moderada esteve presente em5 (5,9%) pacientes do grupo de TGA simples e em 19 (44,8%) no grupo de TGA com CIV. A ausência de regurgitação ou regurgitação trivial predominou no grupo de TGA simples (p < 0,0001). Análise 2.4 - No grupo de pacientes com regurgitação ausente ou trivial (90 pacientes), média ± desvio-padrão do anel aórtico foi de 1,72 ± 0,98 cm. Nos pacientes com regurgitação leve (13 pacientes), média ± desvio-padrão foi de 2,18 ± 0,83 cm, e, naqueles com regurgitação moderada (24 pacientes), 2,60 ± 1,40 cm. Os resultados demonstram que, quanto maior o anel aórtico, maior o grau de regurgitação (p < 0,001). Análise 2.5 - O grau de regurgitação da valva neo‑aórtica, como demonstrado na Tabela 7, com as médias de idade dos pacientes operados demonstra relação entre regurgitação moderada e média de idade mais elevada (p = 0,0145). Dos 127 pacientes estudados, 2 necessitaram de troca valvar por progressão da regurgitação da valva neo-aórtica durante a coleta de dados. Os 2 pacientes pertenciam ao grupo de TGA Complexa, sendo a taxa de reoperação de 1,5%. 24

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