ABC | Volume 111, Nº1, Julho 2018

Artigo Especial Ayub-Ferreira Diretriz de ACM da SBC Arq Bras Cardiol. 2018; 111(1):4-12 3. Ponte para transplante: situação em que os dispositivos podem oferecer suporte hemodinâmico e estabilidade clínica até a realização do transplante cardíaco, no contexto da gravidade progressiva dos pacientes e pela indisponibilidade de realização do transplante em um curto prazo. Tipos de dispositivos de assistência circulatória mecânica temporários As principais características dos DACM temporários disponíveis no Brasil estão no quadro 5. 24 Indicações e contraindicações Conceitualmente, os DACM temporários estão indicados preferencialmente empacientes INTERMACS 1 e 2,mas pacientes em INTERMACS 3, dependentes de altas doses de inotrópicos ou ao alto risco de instabilização podemser considerados candidatos. Dentre as contraindicações aos DACM temporários, devemos considerar situações clínicas que limitema expectativa de vida, individualizando a decisão e, preferencialmente, envolvendo outros profissionais relacionados à comorbidade (por exemplo: oncologista e o prognóstico de uma neoplasia). Balão intra-aórtico O mecanismo de ação do balão intra-aórtico (BIA) é a contrapulsação aórtica, o que aumenta a pressão diastólica na raiz da aorta, propiciando aumento da perfusão coronariana, redução da pós-carga e consequente incremento no débito cardíaco na ordem de 15%. Embora o uso do BIA ainda encontre espaço na prática clínica, principalmente nos pacientes mais jovens com choque cardiogênico menos intenso, a efetividade do método deve ser avaliada a partir da melhora de parâmetros objetivos de microperfusão tecidual. A não melhora dessas variáveis em curto período de tempo (horas) justifica o escalonamento para outros dispositivos mais invasivos. Quadro 5 – Dispositivos de assistência circulatória mecânica temporários disponíveis no Brasil Características BIA ECMO TandemHeart™ Impella 2.5® Impella CP® Impella 5.0® CentriMag® EXCOR® Mecanismo Pneumático Centrífugo Centrífugo Axial Centrífugo Pulsátil Via de acesso Percutâneo Percutâneo / direto por toracotomia Percutâneo Percutâneo Percutâneo Dissecção Direto por toracotomia Direto por toracotomia Cânula 7-9 F 18-21 F Inflow 15-22 F Outflow 21 F Inflow 15-17 F Outflow 12 F 14 F 21 F 24-34 F 27-48 F Inflow 36-48 F Outflow Técnica de inserção Aorta descendente via artéria femoral Percutâneo: - Inflow: átrio direito via veia femoral ou jugular - Outflow: aorta descendente via artéria femoral Toracotomia: - Inflow: átrio direito - Outflow: artéria pulmonar (ACM-D) ou aorta ascendente (assistência biventricular) Inflow: átrio esquerdo via veia femoral e punção transfixação do septo interatrial Outflow: artéria femoral Inserção retrógrada no ventrículo esquerdo via artéria femoral ACM-E: - Inflow: ventrículo esquerdo (acesso via átrio esquerdo ou ponta do ventrículo esquerdo) - Outflow: aorta ascendente ACM-D: - Inflow: átrio direito - Outflow: artéria pulmonar ACM-E: - Inflow: ventrículo esquerdo (ponta do ventrículo esquerdo) - Outflow: aorta ascendente ACM-D: - Inflow: átrio direito - Outflow: artéria pulmonar Suporte hemodinâmico 0,5 L/min > 4,5 L/min 4 L/min 2,5 L/min 3,7 L/min 5,0 L/min Até 8-10 L/min Até 8 L/min BIA: balão intra-aórtico; ECMO: oxigenação por membrana extracorpórea; ACM-D: assistência circulatória mecânica direita; ACM-E: assistência circulatória mecânica esquerda. Recomendações para implante de balão intra-aórtico Recomendação Classe Nível de Evidência Choque cardiogênico pós-IAM IIa B Complicação mecânica pós-IAM com choque cardiogênico IIa C Angina refratária após tratamento padrão de síndrome coronariana aguda IIa C Choque cardiogênico em miocardiopatia crônica isquêmica ou não isquêmica IIa C Suporte em intervenções de pacientes de alto risco cardíaco IIb C IAM: infarto agudo do miocárdio 7

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