ABC | Volume 110, Nº6, Junho 2018

Artigo Original Reis et al Miocardiopatia Hipertrófica Arq Bras Cardiol. 2018; 110(6):524-531 Figura 1 – ACCF/AHA 2011 ESC 2014 Recomendação classe IIa Recomendação classe III Recomendação classe III Recomendação classe IIa Recomendação classe IIb 81,9% 38,1% 12,4% 10,5% 77,1% Figura 2 – Comparação de ocorrência de eventos disrítmicos durante o seguimento clínico. 100% 80% 60% 40% 20% 0% Sem CDI Com CDI 4,9% 0,0% 20,0% 42,9% 100,0% 100,0% 50,0% 16,0% 50,0% 33,3% III 2011/14 (n = 64) IIa 2011/14 (n = 13) Total (n = 105) IIa (2011) e III (2014) (n = 17) IIa (2011) e IIb (2014) (n = 11) Evento disrítmicos No grupo classificado com o nível IIa em 2011 e IIb em 2014, apesar de existir a indicação para a necessidade de implantação de CDI em prevenção primária, esse não foi colocado em 7 pacientes, tendo sido implantado em 4. Tanto num grupo como no outro, todos os pacientes tiveram eventos disrítmicos (p = 1,00). Parece existir benefício na implantação de CDI, mas a amostra é pequena – Tabela 2. Relativamente aos pacientes classificados com o nível de recomendação IIa segundo os dois documentos orientadores, ou seja, indicação para implantação de CDI em prevenção primária, do total de 13 pacientes, 3 não implantaram e 10 receberam CDI em prevenção primária. Dos 3 que não colocaram CDI, 1 (33,3%) paciente teve TV durante o seguimento. Dos 10 que implantaram, em metade (50,0%) dos pacientes verificou-se a ocorrência de eventos disrítmicos. Comparou-se a porcentagem de eventos nos dois grupos, sem e com CDI, e concluiu-se que não diferem (p = 1,00) – Tabela 2. No total da população de 105 pacientes, também se comparou a porcentagem de eventos entre os que implantaram e os que não implantaram CDI em prevenção primária. Desse modo, dos 81 pacientes que não implantaram CDI verificamos a ocorrência de 13 (16,0%) eventos disrítmicos. No total de 24 pacientes que implantaram CDI, 12 (50,0%) apresentaram TV/fibrilação ventricular. Comparou-se a porcentagem de eventos nos dois grupos, sem e com CDI, e concluiu-se que diferem de forma estatisticamente significativa (p = 0,001) – Tabela 2. Discussão A nossa amostra do ‘mundo real’ de pacientes com MCH apresentou uma prevalência de implantação de CDI de 22,6%. A proporção de pacientes com MCH com indicação para CDI em prevenção primária diminuiu de forma significativa ao comparar o documento orientador de 2011 e de 2014. Durante o seguimento clínico, verificamos a presença de disritmia ventricular complexa detectada em Holter e/ou CDI em alguns pacientes, sendo que desses apenas uma minoria tinha um escore de risco de MSC por MCH > 6%. Na nossa população, 1 paciente com escore < 4%/5 anos faleceu devido a fibrilação ventricular. 528

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