ABC | Volume 110, Nº5, Maio 2018

Artigo Original Navarro et al Síndrome metabólica em homens vegetarianos e onívoros Arq Bras Cardiol. 2018; 110(5):430-437 Tabela 1 – Características antropométricas, clínicas e bioquímicas de homens aparentemente saudáveis vegetarianos e onívoros Vegetarianos (n = 44) Onívoros (n = 44) p Idade 45,5 ± 7,8 46,8 ± 9,6 0,23 IMC (kg/m 2 ) 23,1 ± 2,9 27,2 ± 4,8 < 0,001 CA (cm) 84,9 ± 7,71 95,7 ± 13,8 < 0,001 PAS (mm Hg) 119,5 ± 10,4 129,2 ± 15,1 < 0,001 PAD (mm Hg) 75,2 ± 8,6 83,9 ± 10,4 < 0,001 CT (mg/dl) 180,1 ± 40,5 202,7 ± 35,3 0,003 LDL-c (mg/dl) 110 ± 33,2 128,5 ± 32,4 0,005 Apo b (mg/l) 0,88 ± 0,28 1,01 ± 0,26 0,009 TG (mg/dl) 112,2 ± 72,2 143,9 ± 64 0,016 HDL-c (mg/dl) 47,6 ± 9,3 45,5 ± 11,6 0,17 Relação CT/HDL-c 4,0 ± 1,3 4,7 ± 1,3 0,005 GJ (mg/dl) 94,8 ± 7,2 102,9 ± 13,1 < 0,001 HbA1c (%) 5,3 ± 0,3 5,5 ± 0,5 0,004 EF 2,98 ± 3,70 4,82 ± 5,17 0,029 Dados expressos como média ± DP. Valores significativos para p < 0,05. Teste t de Student não pareado. IMC: índice de massa corporal; CA: circunferência abdominal; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; CT: colesterol total; LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade; Apo b: apolipoproteína b; TG: triglicérides; HDL-c: colesterol da lipoproteína de alta densidade; GJ: glicemia de jejum; HbA1c: hemoglobina glicada; EF: Escore de Risco de Framingham. Tabela 2 – Padrão de ingestão de energia e nutrientes de homens aparentemente saudáveis vegetarianos e onívoros Ingestão de energia e nutrientes Vegetarianos (n = 44) Onívoros (n = 44) p Energia (kcal) 2.177 ± 559 2.348 ± 736 0,11 Proteína (% de energia) 17,1 ± 7,8 19,5 ± 4,5 0,04 Carboidratos (% de energia) 63,2 ± 11,6 51,9 ± 9,7 < 0,001 Gordura total (% de energia) 24,8 ± 8,3 29,1 ± 7,2 0,006 Gordura saturada (% de energia) 4,4 ± 3,2 6,9 ± 2,9 < 0,001 Gordura monoinsaturada (% de energia) 4,5 ± 2,4 6,8 ± 2,8 < 0,001 Gordura poli-insaturada (% de energia) 4,0 ± 2,7 2,7 ± 1,6 0,004 Colesterol (mg) 69,3 ± 224 258,1 ± 169 < 0,001 Fibra (g) 28,2 ± 15,9 17,9 ± 13,6 < 0,001 Dados expressos como média ± DP. Valores significativos para p < 0,05. Teste t de Student não pareado. comparação a uma dieta ONI, associou-se com menor porcentagem de indivíduos com SM. Essa diferença permaneceu após ajuste para outras características de estilo de vida, como tabagismo, ingestão de álcool e atividade física. Além disso, o EF foi mais baixo e outros fatores de risco cardiovascular (FRCV) foram menos prevalentes nos indivíduos VEG. Nosso estudo é pioneiro por ser o primeiro a provar a associação entre dieta VEG e o desenvolvimento de SM em uma população de homens brasileiros, embora uma associação tenha sido relatada entre o consumo de carne vermelha e o aumento do risco de se desenvolver SM após ajuste para fatores confundidores em uma coorte nipo–brasileira. 28 No presente estudo, o grupo VEG apresentou valores significativamente mais baixos para IMC, CA, PAS, PAD, CT, LDL-c, Apo b, TG, relação CT/HDL-c, GJ e HbA1c, o que está de acordo com outros estudos internacionais. O Estudo Lima, conduzido no Peru com 45 indivíduos ONI, 105 indivíduos VEG e 34 semi-vegetarianos, relatou valores menores de CT e LDL-c em indivíduos VEG em comparação a indivíduos ONI. 1 Em uma análise transversal de 773 indivíduos no Adventist Health Study 2 , nos Estados Unidos, um padrão de dieta VEG foi associado a um perfil mais favorável para IMC, CA, PAS, PAD, TG e GJ. 8,29 Estudos na população brasileira obtiveram resultados similares aos do presente trabalho. Um estudo 433

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