ABC | Volume 110, Nº5, Maio 2018

Artigo Original Prevalência de Síndrome Metabólica e Escore de Risco de Framingham em Homens Vegetarianos e Onívoros Aparentemente Saudáveis Prevalence of Metabolic Syndrome and Framingham Risk Score in Apparently Healthy Vegetarian and Omnivorous Men Julio Cesar Acosta Navarro, 1,2 Luiza Antoniazzi, 1 Adriana Midori Oki, 1 Maria Carlos Bonfim, 1 Valeria Hong, 1 Luiz Aparecido Bortolotto, 1 Pedro Acosta-Cardenas, 1 Valeria Sandrim, 3 Marcio Hiroshi Miname, 1 Raul Dias dos Santos Filho 1 Instituto do Coração (InCor) - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1 São Paulo, SP – Brasil Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos - Osiris Florindo, 2 São Paulo, SP – Brasil Departamento de Farmacologia do Instituto de Biociências de Botucatu - Universidade Estadual Paulista (UNESP), 3 São Paulo, SP – Brasil Correspondência: Julio Cesar Acosta Navarro • Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 44. CEP 05403-900, Cerqueira César, São Paulo, SP – Brasil E-mail: jnavarro_2@hotmail.com Artigo recebido em 27/05/2017, revisado em 12/12/2017, aceito em 12/12/2017 DOI: 10.5935/abc.20180073 Resumo Fundamento: Estudos recentes mostraram menor prevalência de Síndrome Metabólica (SM) em vegetarianos (VEG), apesar de evidências inconclusivas de outros. Objetivo: Verificar associação entre dieta e características do estilo de vida e a prevalência de SM, fatores de risco cardiovascular (FRCV) e Escore de Framingham (EF) em homens VEG e onívoros (ONI) aparentemente saudáveis. Métodos: Neste estudo transversal, 88 homens aparentemente saudáveis ≥ 35 anos, VEG (n = 44) e ONI (n = 44), foram avaliados quanto a dados antropométricos, pressão arterial, lípides plasmáticos, glicemia, proteína C reativa e EF. Para testar associação entre estilo de vida e SM, o teste t de Student, o teste qui-quadrado e a regressão logística múltipla foram utilizados. Foi considerado nível de significância de 5% em todas as análises estatísticas. Resultados: Os níveis dos FRCV avaliados foram menores nos VEG do que nos ONI: índice de massa corporal, pressão arterial sistólica e diastólica, colesterol total, LDL-colesterol, apolipoproteína b, glicemia e hemoglobina glicada (p < 0,05). O EF foi menor nos VEG do que nos ONI (2,98 ± 3,7 vs. 4,82 ± 4,8; p = 0,029). A porcentagem de indivíduos com SM foi maior entre ONI do que entre VEG (52,3 vs.15,9%) (p < 0,001). A dieta ONI foi associada com a SM (OR: 6,28 IC95% 2,11-18,71) e alterações na maioria dos componentes da SM no modelo de regressão logística múltipla, independentemente de ingestão calórica, idade e atividade física. Conclusão: A dieta VEG foi associada com menores taxas de FRC e menores EF e porcentagem de indivíduos com SM. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(5):430-437) Palavras-chave: SíndromeMetabólica; Doença Arterial Coronariana; Vegetarianos; Homens; Fatores de Risco; Dieta Vegetariana. Abstract Background: Recent studies have shown a lower prevalence of metabolic syndrome (MSyn) in vegetarians (VEG) despite the inconclusive evidence from others. Objective: To verify the association between diet and other lifestyle characteristics and the prevalence of MSyn, cardiovascular risk factors (CRF), and Framingham Risk Score (FRS) in apparently healthy VEG and omnivorous (OMN) men. Methods: In this cross-sectional study, 88 apparently healthy men ≥ 35 years, 44 VEG and 44 OMN, were assessed for anthropometric data, blood pressure, blood lipids, glucose, C-reactive protein (CRP) and FRS. To test the association between lifestyle and MSyn, Student t test, chi‑square test, and multiple logistic regression model were used. A significance level of 5% was considered in all statistical analyses. Results: Several CRF were significantly lower in VEG than in OMN: body mass index, systolic blood pressure, diastolic blood pressure, fasting serum total cholesterol, LDL-cholesterol, apolipoprotein b, glucose, and glycated hemoglobin (all p < 0.05). The FRS mean was lower in VEG than in OMN (2.98 ± 3.7 vs 4.82 ± 4.8, p = 0.029). The percentage of individuals with MSyn was higher among OMN than among VEG (52.3 vs.15.9%) (p < 0.001). The OMN diet was associated with MSyn (OR: 6.28 95%CI 2.11-18.71) and alterations in most MSyn components in the multiple regression model independently of caloric intake, age and physical activity. Conclusion: The VEG diet was associated with lower CRF, FRS and percentage of individuals with MSyn. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(5):430-437) Keywords: Metabolic Syndrome; Coronary Artery Disease; Vegetarians; Men; Risk Factors; Diet, Vegetarian Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 430

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=