ABC | Volume 110, Nº5, Maio 2018

Artigo Original Salmazo et al Frequência de aterosclerose subclínica em brasileiros infectados pelo HIV Arq Bras Cardiol. 2018; 110(5):402-410 Tabela 2 – Variáveis clínicas e laboratoriais dos pacientes tratados e não tratados com inibidores de protease Variáveis PI + (n = 116) PI - (n = 148) Valor de p Tempo desde o diagnóstico (meses) 140 (74;175) 72,5 (20;120) < 0,001 Duração do tratamento da doença (meses) 124 (56;155) 44 (4;101) < 0,001 LDL-c (mg/dl) 103,2 (80,8;132,4) 102 (83,4;132,8) 0,796 HDL-c (mg/dl) 42 (35;56) 45 (37;53) 0,626 TGL (mg/dl) 190 (119;280) 140 (100;188,5) < 0,001 Glicemia de jejum (mg/dl) 83 (77;91) 83 (77;94) 0,764 Creatinina (mg/dl) 0,80 (0,70;1,0) 0,80 (0,70;0,90) 0,067 PCR-us (mg/dl) 0,50 (0,30;0,70) 0,50 (0,30;0,80) 0,344 PI +: em uso de inibidores de protease; PI -: sem uso de inibidores de protease; LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade; HDL-c: colesterol da lipoproteína de alta densidade; TGL: triglicérides; PCR-us: proteína C reativa ultrassensível. A Figura 2 ilustra a significativa associação entre idade e EMIC nos dois grupos, indicando que indivíduos mais velhos têm maior EMIC, independentemente da presença de infecção por HIV. No entanto, houve significativa interação entre idade e presença de HIV no sentido de aumentar a EMIC (p < 0,001). Rigidez arterial Comparando-se pacientes expostos e não expostos aos PI, essa classe de medicamento não teve efeito nas características mecânicas arteriais, expressas por VOP [7,10 (6,20-8,20) vs. 7,20 (6,30-8,40) m/s; p = 0,727] e AIx [28 (17‑37) vs. 26 (13‑38)%; p = 0,315]. Além disso, não se observou efeito na EMIC [0,645 (0,570-0,765) vs. 0,625 (0,565-0,740) mm; p = 0,331]. A VOP foi associada com idade (R = 0,573, p < 0,001), EMIC (R = 0,449, p < 0,001) e PAS (R = 0,557, p < 0,001), como mostra a Figura 3. A associação entre VOP e idade persistiu no modelo corrigido para tabagismo. Entretanto, o tabagismo interagiu com idade para aumentar a VOP (p = 0,05). O AIx também se associou com idade (R = 0,411, p < 0,001), EMIC (R = 0,274, p < 0,001) e PAS (R = 0,348, p < 0,001). O índice de rigidez arterial mostrou-se elevado nos pacientes com PL em comparação àqueles sem PL: VOP [7,90 (7,0-9,5) vs. 6,80 (6,10-8,0) m/s; p < 0,001] e AIx [37 (25-42) vs. 24 (12-35)%; p < 0,001]. Além disso, pacientes com PL apresentarammediana de EMIC 0,170 mm maior do que a dos pacientes sem lesão [0,770 (0,680-0,910) vs. 0,597 (0,550-0,690) mm; p = 0,003]. Escore de risco de Framingham para doença coronariana Estimou-se o ERF em 252 pacientes infectados pelo HIV. Desses, 207 (82,1%) foram classificados como de baixo risco, 31 (12,3%) como de risco intermediário e 14 (5,56%) como de alto risco para o desenvolvimento de DCV em 10 anos. Ao reagrupar os pacientes em dois subgrupos, baixo risco (207 pacientes) e risco intermediário/alto (45 pacientes), a frequência de PL foi de 18,2% e 62,8% (p < 0,001), respectivamente, como mostra a Figura 4. Indivíduos de baixo-risco foram 11 anos mais jovens do que os seus correspondentes de risco intermediário/alto (52,5 ± 10,3 anos; p < 0,001). Em comparação com o subgrupo de baixo risco, o de risco intermediário/alto apresentou maior EMIC [0,780 (0,710‑0,935) vs. 0,605 (0,550-0,710) mm; p < 0,001], Figura 1 – Frequência de placa carotídea em pacientes infectados pelo HIV e controles. 300 250 200 150 100 50 0 p < 0,001 37% 4% HIV Controles População do estudo Sem placa Com placa 405

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