ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Winter et al Treinamento físico de alta intensidade pós IAM Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):373-380 a superioridade de ummétodo de prescrição de exercício sobre o outro na melhoria da capacidade aeróbica. No entanto, o estudo de Vona et al., 11 concluiu que ambos os métodos ou a combinação deles é eficiente e segura para corrigir disfunção endotelial após IAM recente. Já Schjerve et al., 12 em seu estudo, mostraram que o exercício intervalado de alta intensidade melhorou a função endotelial de maneira mais eficaz que o exercício contínuo de moderada intensidade, além de reduzir os riscos cardiovasculares. Importante destacar que o treinamento de alta intensidade, tende a melhorar mais o VO 2 máximo ou a tolerância ao lactato do que o limiar anaeróbico (ou LL), ao contrário do treinamento contínuo, que melhora exclusivamente o LL e não necessariamente o VO 2 pico. Como o objetivo do teste incremental aplicado neste estudo foi definir o LL para aplicar a carga de treino ideal, a diferença promovida na máxima capacidade física não foi medida, que poderia ser favorável ao treinamento intervalado. Como o treinamento intervalado tem sido estudado recentemente em programas de reabilitação cardíaca e as periodizações desta modalidade ainda não terem sido claramente definidas, é possível que modificando-se o número de repetições do treino e suas pausas para descanso, encontrem-se resultados mais positivos e favoráveis a este tipo de exercício quando comparado ao exercício contínuo. 19 Acredita-se que a mesma prescrição realizada para os animais neste estudo pode ser realizada para pacientes pós IAM iniciantes em programa de reabilitação. Conclusão Por meio do presente estudo, foi possível concluir que o treinamento de alta intensidade, acima do LL, não resultou em piora da função ventricular, demonstrando-se seguro para animais pós-IAM. Além disso, os dois métodos de treinamento propostos demonstraram melhora da aptidão cardiorrespiratória dos animais. Limitação do estudo Uma possível limitação seria a utilização do lactímetro portátil e não da micropipeta. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa: Winter SCN, Macedo RM, Meira LF, Guarita-Souza LC; Obtenção de dados: Winter SCN, Francisco JC, Santos PC, Lopes APS, Meira LF; Análise e interpretação dos dados: Winter SCN, Macedo RM, Santos PC, Lopes APS, Guarita-Souza LC; Análise estatística: Winter SCN, Macedo RM, Guarita‑Souza LC; Redação do manuscrito: Winter SCN, Macedo RM, Carvalho KAT, Faria Neto JR, Guarita‑Souza LC; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Winter SCN, Macedo RM, Francisco JC, Carvalho KAT, Faria Neto JR, Macedo ACB, Guarita-Souza LC. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento O presente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Este artigo é parte de dissertação de Mestrado de Simone de Campos Neitzke Winter pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em ExperimentaçãoAnimal doColégioBrasileirode Experimentação Animal (COBEA) sob o número de protocolo 723/2012. 1. Balady GJ, Williams MA, Ades PA, Bittner V, Comoss P, Foody JM, et al; American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee, the Council on Clinical Cardiology; American Heart Association Council on Cardiovascular Nursing; American Heart Association Council on Epidemiology and Prevention; American Heart Association Council on Nutrition, Physical Activity, and Metabolism; American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. (2007) Core components of cardiacr rehabilitation / secondary prevention programs: 2007 uptade: a scientific statement from the American Heart Association Exercise, Cardiac Rehabilitation, and Prevention Committee, the Council on Clinical Cardiology; the Councils on Cardiovascular Nursing, Epidemiology and Prevention, and Nutrition, Physical Activity, and Metabolism; and the American Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation. Circulation. 2007;115(20):2675-82. doi: 10.1161/CIRCULATIONAHA.106.180945. 2. Piegas LS, AvezumA, Pereira JC, Rossi Neto JM, Hoepfner C, Farran JA, et al; AFIRMAR Study Investigators. Risk factors for myocardial infarction in Brazil. AmHeart J. 2003;146(2):331-8. doi: 10.1016/S0002-8703(03)00181-9. 3. Cortez AA, Ferraz A, Nóbrega AC, Brunetto AF, Herdy AH, Hossri CA, et al. Diretriz de reabilitação cardiopulmonar e metabólica: aspectos práticos e responsabilidades. Arq Bras Cardiol. 2006;86(1):74-82. doi: 10.1590/ S0066-782X2006000100011. 4. Wisloff U, Stoylen A, Loennechen JP, Bruvold M, Rognmo O, Haram PM, et al. Superior cardiovascular effect of aerobic interval training versus moderate continuous training in heart failure patients: a randomized study. Circulation. 2007;115(24):3086-94. doi: 10.1161/ CIRCULATIONAHA.106.675041. 5. Zhang LQ, Zhang XQ, Musch TI, Moore RL, Cheung JY. Sprint training restores normal contractility in postinfarction rat myocytes. J Appl Physiol. 2000;89(3):1099-105. PMID: 10956356. 6. Benito B, Gay-Jordi G, Serrano-Mollar A, Guasch E, Shi Y, Tardif JC, et al. Cardiac arrhythmogenic remodeling in a rat model of long-term intensive exercise. Circulation. 2011; 123(1):13-22. doi: 10.1161/ CIRCULATIONAHA.110.938282. Referências 379

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