ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Repercussão do Treinamento de Alta Intensidade sobre a Função Ventricular de Ratos após Infarto Agudo do Miocárdio Impact of a High-Intensity Training on Ventricular Function in Rats After Acute Myocardial Infarction Simone de Campos Neitzke Winter, 1 Rafael Michel de Macedo, 1,4 Júlio Cesar Francisco, 1 Paula Costa Santos, 1 Ana Paula Sarraff Lopes, 1 Leanderson Franco de Meira, 1 Katherine A. Teixeira de Carvalho, 2 José Rocha Faria Neto, 1 Ana Carolina Brandt de Macedo, 3 Luiz César Guarita-Souza 1 Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); 1 Curitiba, PR - Brasil Instituto Pelé Pequeno Príncipe; 2 Curitiba, PR - Brasil Universidade Federal do Paraná (UFPR); 3 Curitiba, PR - Brasil Academia do Coração - Hospital Cardiológico Costantini, 4 Curitiba, PR – Brasil Correspondência: Rafael Michel de Macedo • Rua Pedro Collere, 890. CEP 80320-320, Vila Izabel, Curitiba, PR – Brasil E-mail: rafael.macedo@hospitalcostantini.com.br , acbrandt@bol.com.br Artigo recebido em 20/05/2017, revisado em 22/08/2017, aceito em 14/09/2017 DOI: 10.5935/abc.20180036 Resumo Fundamento: O exercício físico deve fazer parte do tratamento de pacientes pós-infarto agudo do miocárdio (IAM). Objetivo: Avaliar os efeitos de treinamento produzidos por dois modelos distintos (contínuo x intervalado) e sua repercussão sobre a função ventricular de ratos pós-IAM com função ventricular normal. Métodos: Quarenta ratosWistarpós-IAMforamavaliadosecocardiograficamente21diasapósoevento. Aqueles comFEVE=50% (n = 29) foram incluídos e randomizados: controle (GC n = 10), treinamento contínuo (GTC n = 9) e treinamento intervalado (GTI n=10). Após, foi realizado um teste de natação comcontrole de lactato. A partir do resultado foi definido o limiar de lactato (LL) para determinar as intensidades do treinamento. Após seis semanas, foram reavaliados com ecocardiografia e controle de lactato. Como desfecho, foram avaliados: diâmetros diastólico e sistólico final (DDF, DSF, mL), fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE, %), lactato de repouso, livre de carga (LC), lactato com 12 g e 13,5 g de carga adicional. Para a comparação dos grupos em relação às variáveis quantitativas do estudo, foi considerado o modelo de análise da variância com um fator (ANOVA). Nas comparações múltiplas dos grupos foi usado o teste de Newman-Keuls. Na comparação entre as duas avaliações, dentro de cada grupo, foi usado o teste t de Student para amostras dependentes. A condição de normalidade das variáveis foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilks. Valores de p < 0,05 indicaram significância estatística. Resultados: Com relação à análise intragrupos, entre o período pré- e pós-treinamento foi identificado semelhança para DDF, DSF, FEVE, porém o GC apresentou diferença significativa para a variável DDF (p = 0,008). Houve diferença do GTI para L12g (p = 0,002) e L13,5g (p = 0,032) e para o GTC na variável L12g (p = 0,014). Não houve diferença para as variáveis ecocardiográficas entre os grupos. Houve diferença nas variáveis LC e L12g na segunda avaliação (p = 0,016 e p = 0,031, respectivamente) e entre os grupos: GTI vs . GC (p = 0,019) e GTC vs. GC (p = 0,035). Conclusão: Os dois métodos produziram efeito de treinamento sem alterar a função ventricular. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):373-380) Palavras-chave: Infarto do Miocárdio; Exercício; Função Ventricular Esquerda; Ratos; Limiar Anaeróbio. Abstract Background: Physical exercise should be part of the treatment of post-acute myocardial infarction (AMI) patients. Objective: To evaluate the effects of two training prescription models (continuous x interval) and its impact on ventricular function in rats after AMI with normal ventricular function. Methods: Forty Wistar rats were evaluated by echocardiography 21 days after the AMI. Those with LVEF = 50% (n = 29) were included in the study and randomized to control group (CG n = 10), continuous training group (CTG n = 9) or interval training group (ITG, n = 10). Then, a swimming test with control of lactate production was performed. Based on its result, the lactate threshold (LT) was established to define the training intensities. After six weeks, the animals were reassessed by echocardiography and lactate production. Outcome measures were end-diastolic diameter (EDD), end-systolic diameter (ESD), left ventricular ejection fraction (LVEF, %) lactate at rest, lactate without overload, and lactate with 12g and 13.5g of additional load. Group comparisons of quantitative variables of the study were performed by one-factor analysis of variance (ANOVA). The Newman-Keuls test was used for multiple comparisons of the groups. Within-group comparisons of dependent variables between the two training protocols were performed by Student’s t-test. Normality of the variables was tested by the Shapiro-Wilks test. Values of p < 0.05 indicated statistical significance. Results: EDD, ESD, and LVEF before and after the training period were similar in within-group comparisons. However, EDD was significantly different (p=0.008) in the CG. Significant differences were found for L12g (p=0.002) and L13.5g (p = 0.032) in the ITG, and for L12g (p = 0.014) in the CG. No differences were found in the echocardiographic parameters between the groups. Significant differences were found in lactate without overload (p = 0.016) and L12 (p = 0.031) in the second assessment compared with the first, and between the groups – ITG vs. CG (p = 0.019) and CTG vs. CG (p = 0.035). Conclusion: Both methods produced a training effect without altering ventricular function. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):373-380) Keywords: Myocardial Infarction; Exercise; Ventricular Function, Left; Rats; Anaerobic Threshold. Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 373

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