ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Santos et al Aplicabilidade do SL2D do VE na AI Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):354-361 Tabela 1 – Características clínicas da população estudada (n = 78) Mediana [p25– 75] Idade (anos) 61,5 [53 – 69] Gênero (%) Masculino 60,3% Feminino 39,4% IMC (Kg/m 2 ) 28,16 [24,47 – 30,71] PAS (mmHg) 137 [122,75 – 154,25] FC (bpm) 74 [69 – 83,5] Creatinina sérica (mg/dL) 0,9 [0,7 – 1,1] GRACE (pontos) 95 [81 – 117] Troponina (pg/mL) 0,02 [0,01 – 0,05] Hipertensão arterial (%) 88,5% Diabetes (%) 38,5% Tabagismo (%) 32,1% Dislipidemia (%) 65,4% História familiar para DAC (%) 19,2% DAC conhecida (%) 66,7% Medicações em uso (%) IECA 32,1% BRA 41% Betabloqueador 65,4% Ácido acetilsalicílico 82,1% Outros antiplaquetários 29,5% Bloqueador dos canais de cálcio 33,3% Estatina 76,9% Nitrato 37,2% Intervenção prévia (%) Revascularização cirúrgica 11,5% Angioplastia 22,1% Angioplastia + revascularização cirúrgica 16,7% IAM prévio (%) 56,4% IMC: índice de massa corpórea; PAS: pressão arterial sistólica; FC: frequência cardíaca; DAC: doença arterial coronariana; IAM: infarto agudo do miocárdio; IECA: inibidor da enzima conversora do angiotensinogênio; BRA: bloqueador do receptorAT-2 da angiotensina. As variáveis contínuas foram apresentadas como mediana e intervalo interquartil e as variáveis categóricas foram expressas em porcentagem (%). Foi feita a curva ROC para avaliar o poder discriminativo do SL2D na identificação de estenose coronariana grave (≥ 70%) nos pacientes com AI. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados Foram avaliados 93 pacientes com diagnóstico de AI na admissão no PS; entretanto, quinze (16,2%) pacientes foram excluídos da pesquisa por mudança de diagnóstico durante a internação, sendo 13 (14%) casos com IAM sem supra do segmento ST, um (1,1%) com AI pós IAM e um (1,1%) caso com dissecção aórtica do tipo A. No final 78 pacientes com AI foram pesquisados, sendo quinze (19,2%) elegíveis para análise do strain longitudinal. As principais características clínicas da população estão sumarizadas na tabela 1. Cerca de 70% da amostra não apresentava alteração na duração ou morfologia do complexo QRS; mais da metade (60,3%) não mostrou alteração na repolarização ventricular. Cinco pacientes (6,4%) apresentaram infradesnivelamento do segmento ST na admissão. As principais alterações eletrocardiográficas encontram-se detalhadas na Tabela 2. Dos 63 pacientes em que o strain longitudinal não foi aplicado, 40 (63,5%) realizaram ecocardiografia bidimensional durante a permanência no PS. Os principais achados ecocardiográficos dessa população, incluindo os quinze pacientes submetidos ao SL2D, encontram-se na Tabela 3. No total, 50 pacientes completaram a investigação com CATE e cinco com CCTA. No primeiro exame, três pacientes apresentavam lesão grave de TCE (3,9%), 22 (28,2%) de coronária descendente anterior (DA), 21 (26,9%) de coronária direita (CD) e 22 (28,2%) de coronária circunflexa (CX). Nos pacientes submetidos a CCTA, um apresentava lesão grave de DA (1,3%) e um em CD (1,3%). Durante a internação, 23pacientes (29,5%) foramsubmetidos a intervenção. A principal terapia de revascularização foi a angioplastia transluminal coronária (ATC). Em três casos (3,8%) a revascularização foi cirúrgica. Comparando os pacientes elegíveis para análise do strain longitudinal (grupo A) com os não elegíveis (grupo B), verificamos que o grupo B apresentou uma menor proporção de mulheres, maior prevalência de diabetes, maiores dimensões das cavidades esquerdas, maior diâmetro da raiz da aorta e menor função sistólica ao ecocardiograma bidimensional; além de maior taxa de uso de AAS, estatinas e betabloqueadores, conforme os dados da Tabela 4. As principais causas da não aplicabilidade do strain foram a presença de infarto prévio (56,4%), ATC prévia (22,1%), revascularização cirúrgica (RM) prévia (11,5%), RM e ATC prévias (16,7%), e presença das seguintes alterações eletrocardiográficas: BRE, FA, onda Q patológica e ritmo de marcapasso (12,8%). No grupo A, a maioria dos pacientes apresentava risco baixo ou intermediário, conforme detalhado na Tabela 5. A avaliação da anatomia coronária revelou lesão grave em TCE em 1 caso (6,7%). O número de doentes com lesões graves nas artérias coronárias DA, CX e CD foi de 2 (13,3%), 4 (26,7%) e 4 (26,7%), respectivamente. A avaliação do SL2D revelou um valor de strain global reduzido naqueles que apresentavam lesão grave em alguma artéria coronária epicárdica (17,1 [3,1] versus 20,2 [6,7] com p = 0,014), área sob a curva ROC 0,875, conforme demonstrado Figuras 2 e 3. 357

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