ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Santos et al Aplicabilidade do SL2D do VE na AI Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):354-361 A técnica para obtenção do strain longitudinal foi feita da seguinte maneira: • Marcação do evento sistólico por meio do Doppler pulsátil do fluxo aórtico. • Determinação de três pontos da borda endocárdica em cada uma das seguintes imagens: apical 3 câmaras (na base da parede anterosseptal, na base da parede inferolateral e no ápice), apical 4 câmaras (na base do septo, na base da parede lateral e no ápice) e apical 2 câmaras (na base da parede inferior, na base da parede anterior e no ápice). • Por meio da ferramenta Automatic Function Imaging ® (AFI), foi calculada, automaticamente, a deformação de cada um dos 17 segmentos miocárdicos, fornecendo, posteriormente, a deformação global do ventrículo esquerdo (que é a média dos segmentos analisados). O programa fornece as curvas do SL2D e o mapa polar com os valores do strain longitudinal em cada segmento. Foi definido como pico sistólico o máximo valor absoluto da curva do strain bidimensional. Foram definidos como território isquêmico os segmentos miocárdicos adjacentes com valor de strain alterado, correlacionando-os com a irrigação coronária, conforme o mapa polar demonstrado na Figura 1. Segundo a literatura, 7,12,13 as situações citadas abaixo podem gerar alteração da deformidade miocárdica, ou por real prejuízo da deformidade, ou por limitação do software para identificar as marcas acústicas durante o ciclo cardíaco: • Hipertrofia ventricular (HVE) concêntrica; • Valvopatias aórtica e/ou mitral de grau maior que moderado; • Ritmo de marca-passo; • Pe l o meno s uma da s s egu i n t e s a l t e r açõe s eletrocardiográficas: bloqueio de ramo esquerdo (BRE), ritmo de fibrilação atrial (FA) e arritmia ventricular complexa; • Angina instável secundária (anemia aguda, taquiarritmia e infecção); • IAM prévio ou procedimento de revascularização miocárdica (percutânea ou cirúrgica) prévio e; • Janela acústica inadequada. Baseado no exposto, formulamos a hipótese de que a presença de uma dessas alterações citadas pode prejudicar à análise do SL2D na identificação da doença coronária grave em pacientes com AI. Tais conceitos são de fundamental importância para o conhecimento da real aplicabilidade do SL2D nessa população, quando o intuito do exame for avaliar doença coronária responsável pelo quadro agudo. Pacientes elegíveis para a realização de ecocardiograma bidimensional com strain longitudinal foram submetidos ao método por dois profissionais habilitados e experientes, que não tinham acesso as informações quanto à anatomia coronária dos avaliados até a conclusão da pesquisa. Os resultados dos exames de cateterismo cardíaco (CATE) e Angiografia Coronária por Tomografia Computadorizada (CCTA) também foram analisados. Foi considerada lesão grave estenose maior ou igual a 70% nas coronárias epicárdicas ou estenose maior ou igual a 50% em tronco da coronária esquerda (TCE). A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo A- pacientes em que foi possível a análise pelo SL2D e Grupo B- pacientes em que não foi possível a análise pelo SL2D. O protocolo de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição. Não houve interferência na conduta médica individual em decorrência da participação no estudo. Tal conduta foi baseada na rotina do PS e UCO que corresponde às diretrizes norte-americanas e nacionais 3,14 para o tratamento de pacientes com AI. Análise estatística A análise estatística foi feita com o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 19.0. Foram realizados os testes de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk para verificação de distribuição normal da nossa amostra. Como a hipótese de normalidade foi rejeitada usamos testes não paramétricos para análise. Os grupos foram comparados utilizando-se o teste de Mann-Whitney e o teste exato de Fisher conforme adequação. Figura 1 – Mapa Polar com a correlação da irrigação coronária. DA: artéria coronária descendente anterior; CX: artéria coronária circunflexa; CD: artéria coronária direita. A n t e r o s s e p t a l A n t e r i o r L a t e r a l I n f e r i o r I n f e r o l a t e r a l I n fe r o s s e p t a l 2 1 7 8 6 12 16 11 5 3 9 4 10 15 17 14 13 DA CX CD 356

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=