ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Cartolano et al LAP e tamanho da lipoproteína Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):339-347 Figura 2 – Porcentagens de partículas grandes e pequenas de LDL (lipoproteína de baixa densidade), e do tamanho da partícula de LDL, de acordo com os tercis de LAP (produto de acumulação lipídica). A) ajustado por sexo, idade, tabagismo, uso de fibratos e hipoglicemiantes. B) Homens, ajustado por idade, tabagismo, uso de estatina, fibrato, e drogas hipoglicemiantes (n = 132). C) Mulheres, ajustado por idade, tabagismo, uso de estatina, fibrato, e drogas hipoglicemiantes (n = 219). i: LDL grande. ii: LDL intermediária. iii: LDL pequena. Dados apresentados em média e intervalo de confiança de 95%. Análise comparativa realizada pelo teste de tendência linear. Tercis de LAP: T1 ≤ 45,5; 45,5 < T2 ≤ 80,3; T3 > 80,3. % - porcentagem. Comparação entre grupos realizada por ANOVA ou Kruskal-Wallis e comparações múltiplas pelo teste de Tukey. * versus T1, § versus T2. Nível de significância adotado de p < 0.05 para todas as análises. A B C i i i 30 25 20 15 8 6 4 2 0 8 10 6 4 2 0 27,5 28,0 27,0 26,5 26,0 27,5 28,0 27,0 26,5 26,0 27,5 28,0 27,0 26,5 26,0 8 10 6 4 2 0 % % nm nm nm % % % % T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 T1 T2 T3 p > 0,05 p < 0,001 p < 0,001 p < 0,001 p < 0,001 p < 0,001 p < 0,001 30 35 25 20 15 30 35 25 20 15 T1 T2 T3 p < 0,001 T1 T2 T3 p > 0,05 LDL grande Tercis do LAP Tercis do LAP Tercis do LAP tamanho da LDL LDL pequena ii ii ii iii iii iii *§ *§ *§ *§ *§ *§ *§ * * * antitrombótica, função endotelial, e atividades antioxidante e anti-inflamatória dependem do tamanho da partícula de HDL. 33 Partículas maiores de HDL possuem um maior teor de Apo AI e são descritas como mais eficazes no transporte reverso do colesterol. 3 Asztalos et al., 32 mostraram que a predominância de partículas pequenas, e não de partículas grandes de HDL, esteve associada com várias características da síndrome metabólica e risco de doença arterial coronariana. 34 Nossos resultados mostraram uma relação negativa do LAP e partículas maiores de HD e uma relação positiva com partículas menores de HDL. Esse padrão está de acordo com concentrações aumentadas de HDL-C em indivíduos com LAP mais baixo, apesar de que nenhuma correlação entre LAP e Apo A1 foi encontrada. Juntamente com resultados do LDL, esse fato reforça o papel do LAP como ummarcador substituto para as subfrações de lipoproteínas aterogênicas. Ainda, nossos resultados mostraram uma tendência linear positiva entre valores deAGNEs e de LAP. Estudos epidemiológicos relataram uma associação entre AGNEs e o risco de diabetes mellitus. 35,36 Concentrações aumentadas de AGNEs em indivíduos com obesidade visceral contribuem para o desenvolvimento de várias doenças, tais como resistência periférica à insulina, dislipidemia, e apoptose de célula beta. 37 Nossos dados mostraram valores de AGNEs similares oumaiores que os encontrados na literatura. 38,39 Tal fato é compatível com os valores também aumentados encontrados de glicose, insulina e HOMA-IR, independentemente de sexo em nosso estudo. Tendências lineares entre LAP e glicose de jejum, insulina e HOMA-IR confirmam a associação desse index com várias disfunções relacionadas à glicose e disfunções cardiovasculares. Anteriormente, Sambataro et al., 40 mostraramque a sensibilidade à insulina não está limitada à disfunção da glicose e insulina de jejum, e que o metabolismo de lipídios pode afetar essa sensibilidade. Portanto, a capacidade do LAP em identificar, simultaneamente, mudanças no metabolismo da glicose e de lipídios pode expandir a relevância clínica desse index. Este estudo teve algumas limitações. A limitação mais relevante foi o fato de que o estudo foi conduzido somente em indivíduos com pelo menos um fator de risco cardiovascular, isto é, hipertensão, diabetes mellitus ou dislipidemia. Isso sugere que as associações encontradas neste estudo podem não ser válidas para populações sadias. Por outro 345

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