ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Wang et al Contagem de monócitos e carga trombótica Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):333-338 Tabela 2 – Características angiográficas e de procedimentos básicas de acordo com a carga trombótica Variável Baixa carga trombótica (n = 178) Alta carga trombótica (n = 95) Valor de p Tempo desde o sintoma até a ICPP 0,773 † < 3 h (%) 48 (26,9) 27 (28,4) 3–6 h (%) 66 (7,1) 38 (40,0) 6–12 h (%) 64 (36,0) 30 (31,6) Localização do infarto anterior, n (%) 95 (53,4) 48 (50,5) 0,918 † Artéria coronária relacionada ao infarto, n (%) 0,788 † Esquerda principal 0 (0,0) 0(0,0) Esquerda descendente anterior 95 (53,4) 49 (51,6) Circunflexa esquerda 22 (12,4) 12(12,6) Artéria coronária direita 61 (34,2) 34(35,8) Número de stents usados, n 1,6 ± 0,7 1,4 ± 0,7 0,106* Comprimento total do stent, (mm) 36,7 ± 19,1 36,6 ± 17,6 0,164* Diâmetro do stent, (mm) 3,1 ± 0,4 3,2 ± 0,5 0,164* Uso da aspiração trombótica, n (%) 18 (10,1) 59 (62,1) 0,000 † Uso de tirofiban, n (%) 93 (52,2) 79 (83,2) 0,000 † *: Amostras independentes, testes t; †: Teste do Qui-quadrado. ICPP: intervenção coronária percutânea primária. tratamento desta condição. Neste estudo, altas contagens de monócitos no momento da admissão foram consideradas como um indicador independente da alta carga trombótica na artéria relacionada ao infarto durante a ICPP em pacientes com STEMI. A inflamação e o stress oxidativo têm um papel importante na patogênese da ruptura da placa, e a subsequente formação do trombo. 9,10 Os monócitos compõem 10% dos leucócitos no sangue humano, e é um dos principais atores da resposta inflamatória sistêmica. Eles estão associados à resposta inflamatória na placa vulnerável em pacientes com STEMI. 11 O fator tecidual (FT) é um componente essencial da cascata de coagulação extrínseca, e é importante na trombose arterial. Dados recentes sugeriram que os monócitos aparentemente são a principal fonte de sangue no FT. 12 Palmerini et al. 13 realizaram uma avaliação histológica de trombos aspirados das artérias coronárias de pacientes com STEMI e descobriram que os monócitos se destacavam com o fator tecidual, enquanto os neutrófilos se destacavam de maneira fraca e irregular. Outra explicação para a relação entre os monócitos e a alta carga trombótica pode ser a crescente formação de agregados plaqueta-monócito (APM). APM é um marcador útil para a ativação de plaquetas em pacientes com síndromes coronárias agudas (SCA) 14 , além de ser um importante indicador de não refluxo em pacientes com STEMI passando por ICP primária. 15 O envolvimento de monócitos no estado pró-trombótico não se restringe aos mecanismos mencionados anteriormente. Aleman et al. 16 mostrou que as micropartículas (MPs) dos monócitos estão associadas à atividade da protrombinase e à formação de fibrina acelerada. Além disso, os monócitos podem levar à geração de trombos ao promover processos inflamatórios. Mach et al. 17 descobriram que o estímulo Tabela 3 – Parâmetros hematológicos da população Variável Baixa carga trombótica (n = 178) Alta carga trombótica (n = 95) Valor de p Contagem de glóbulos brancos ×10 9 /L 9,6 ± 3,0 9,9 ± 3,2 0,326* Contagem de neutrófilos×10 9 /L 6,8 ± 2,8 6,9 ± 3,3 0,774* Hemoglobina g/dL 14,4 ± 1,9 14,4 ± 2,3 0,707* Contagem de plaquetas×10 9 /L 214,3 ± 60,5 218,8 ± 53,8 0,551* Hematócritos % 42,3 ± 4,7 42,2 ± 4,9 0,835* Volume médio de plaquetas fl 10,3 ± 0,8 10,2 ± 0,9 0,668* Contagem de linfócitos×10 9 /L 2,23 ± 1,94 2,32 ± 1,35 0,827* Contagem de monócitos ×10 9 /L 0,53 ± 0,24 0,61 ± 0,29 0,021* *: Amostras independentes, testes t. 336

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