ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Wang et al Contagem de monócitos e carga trombótica Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):333-338 Tabela 1 – Características clínicas e laboratoriais básicas da população estudada divididas de acordo com a carga trombótica Baixa carga trombótica (n = 178) Alta carga trombótica (n = 95) Valor de p Idade (anos) 62,3 ± 13,2 62,0 ± 14,7 0,866* Sexo masculino, n (%) 143 (80,3) 77 (81,1) 0,482 † Diabetes, n (%) 56 (31,5) 31 (32,6) 0,716 † Hipertensão, n (%) 106 (59,6) 57 (60,0) 0,503 † Hiperlipidemia, n (%) 109 (61,2) 65 (68,4) 0,395 † Fumantes ativos, n (%) 75 (42,1) 47 (49,5) 0,200 † IM prévio, n (%) 6 (3,4) 3 (3,2) 0,145 † FEVE (%) 53,4 ± 9,7 52,9 ± 8,5 0,699* Creatinina, μmol/L 76,9 ± 24,5 81,4 ± 25,6 0,167* Pico de cTnI (ng/mL) 29,8 (11,2–86,6) 56,7 (16,4–100,6) 0,037 ‡ *: Amostras independentes, testes t; †: Teste do Qui-Quadrado; ‡: Teste U de Mann-Whitney; IM: infarto do miocárdio; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; cTnI: troponina I cardíaca. inclinada (pico da troponina I cardíaca (cTnI)) foi comparada com o teste U de Mann-Whitney. As variáveis categóricas foram resumidas em porcentagem e comparadas com o teste qui-quadrado. Uma análise univariada foi realizada para testar a associação da alta carga trombótica e várias potenciais variáveis impactantes (idade, sexo, histórico de diabetes, infarto do miocárdio (IM) prévio, FEVE, nível de creatinina, tempo desde o início do sintoma ate a ICPP, contagem de monócitos, contagem de neutrófilos, contagem de linfócitos e nível de hemoglobina). A análise da regressão logística multivariada foi utilizada para identificar os indicadores independentes da alta carga trombótica usando variáveis (IM prévio, tempo desde o aparecimento do sintoma até a ICPP e contágem de monócitos) que atingissem um efeito de tendência (p<0,1) nas análises univariadas. A curva ROC foi usada para determinar o ponto de corte da contagem de monócitos para prever a alta carga trombótica. Um valor de p bicaudal de < 0,05 foi considerado significativo. Resultados Um total de 273 pacientes (idade média 62,2 ± 13,6 anos; 81,0% homens) que realizaram ICPP fizeram parte da nossa análise. A implantação do stent foi tecnicamente bem-sucedida em todos os pacientes. A comparação das características básicas clínicas e laboratoriais entre os grupos de carga trombótica estão na Tabela 1. Não houve diferenças significativas entre o grupo de baixa e o de alta carga trombótica em termos de idade, distribuição por sexo, hipertensão, diabetes, hiperlipidemia, hábito de fumar atual, IM prévio, fração de ejeção ventricular esquerda e nível de creatinina. Em comparação a pacientes com baixa carga trombótica, aqueles com alta carga tinham pico maior de cTnI. A comparação das características básicas angiográficas e de procedimentos dos grupos com base na carga trombótica está demonstrada na Tabela 2. O dispositivo de aspiração trombótica e a administração intracoronária de tirofiban foram usados mais frequentemente no grupo de alta carga trombótica do que no grupo de baixa carga (62,1 vs. 10,1%, p = 0,000, 83,2 vs. 52,2%, p = 0,000, respectivamente). Não houve diferenças significativas do tempo entre a dor e a intervenção, artéria coronária relacionada ao infarto e outras características de procedimentos entre os dois grupos. A comparação dos parâmetros hematológicos na internação está na Tabela 3. A CGB, a contagem de neutrófilos, de plaquetas, de hemoglobina, hematócritos, volume médio de plaquetas e a contagem de linfócitos foram similares em ambos os grupos. Os pacientes no grupo de alta carga trombótica tinham contagem significativamente mais alta de monócitos em comparação a pacientes do grupo de baixa carga trombótica (0,61 ± 0,29×109/L vs. 0,53 ± 0,24×109/L, p = 0,021). As análises da regressão logística univariada e multivariada da associação entre a alta carga trombótica angiográfica e diversos parâmetros estão apresentadas na Tabela 4. Nas análises multivariadas, durante a admissão ao hospital, a contagem de monócitos foi um indicador independente da alta carga trombótica angiográfica (odds ratio 3,107, intervalo de confiança de 95 [IC] 1,199–7,052, p = 0,020). Os valores de corte mais discriminatórios da contagem de monócitos foram 0,48×10 9 /L, com sensibilidade de 71,9% e especificidade de 46,9% (AUC: 0,59; IC95%: 0,515–0,654; p = 0,035). Discussão O STEMI agudo é caracterizado pela complete oclusão trombótica de uma artéria coronária. O objetivo da ICPP no STEMI é restaurar rapidamente o fluxo sanguíneo coronário, com salvamento máximo do miocárdio, melhorando os resultados dos pacientes após o STEMI. Estudos demonstraram que os trombos intracoronários podem levar à embolias micro e macrovasculares, e estão associados a resultados negativos em pacientes que passaram pela ICPP de lesão culpada. 6-8 Porém, a administração da carga trombótica ainda é desafiadora durante a ICPP para o STEMI. A estratificação precoce do risco para detectar pacientes com alto risco para a alta carga trombótica é importante para a prevenção individualizada e para o 335

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