ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Dong et al Comparação entre RCH e CRM sem CEC Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):321-330 Viés de publicação O gráfico do funil da taxa ECCAM no curto prazo é apresentado na na Figura 3, e não houve um viés de publicação evidente entre todos os estudos incluídos por exame visual. Discussão A presente metanálise mostra que a RCH, em comparação com o CRM semCEC, parece não melhorar significativamente a mortalidade e nemamorbidade a curto prazo das complicações pós-operatórias para pacientes com DAC. Estes resultados são semelhantes às previsões da investigação. Hu e Cui 27 compararam sistematicamente resultados clínicos de curto prazo após RCH vs. CRM sem CEC para o tratamento de DAC multivaso ou artéria coronária esquerda principal, e a maioria dos resultados foi consistente com a análise atual. No entanto, algumas diferenças entre as duas análises também devem ser mencionadas. Nós excluímos um estudo 28 devido ao pequeno tamanho da amostra (menos de 15 pacientes), aos procedimentos cirúrgicos desatualizados (incisões de toracotomia de 8 a 10 cm), a diferentes tipos de stents farmacológicos (cypher ou taxus), à incerteza da FEVE basal (não relatada) e à alta heterogeneidade em análise. Foram ainda incluídos três estudos recentes de alta qualidade nos dados agrupados, para que todos os resultados fosse atualizados. No presente estudo, nós nos concentramos em complicações pós-operatórias e tomamos o acidente vascular cerebral (AVC) como parâmetro final. Portanto, a análise atual é necessária para umamelhor elucidação de RCHeCRMsemCEC. Até onde vai nosso conhecimento, esta é a primeira metanálise que compara os resultados clínicos de médio prazo entre RCH e CRM sem CEC até agora. Nossos dados mostram que a RCH possui uma taxa de ECCAM de médio prazo menor, enquanto a CRM sem CEC mostra um melhor resultado na RVA de médio prazo. Não houve diferença significativa na mortalidade intermediária entre os dois grupos. Os pacientes submetidos ao procedimento híbrido têm resultados clínicos de médio prazo relativamente melhores, provavelmente devido à manipulação miocárdica reduzida e à ativação da coagulação. 26 Ainda, destruição ou ruptura de placas ateroscleróticas durante a manipulação aórtica cirúrgica resulta em uma causa importante de acidente vascular cerebral. 29 Uma vez que a aorta é mais ou menos afetada no procedimento cirúrgico, ainda não está claro se a CRM sem CEC pode diminuir a taxa de AVC no pós-operatório em comparação com a CRM com CEC. Por outro lado, o enxerto na RCH envolve somente a artéria CDA enquanto outras artérias coronárias são tratadas pela ICP. Como resultado, a baixa taxa de complicações neurológicas torna-se uma das principais vantagens do RCH. Na análise atual, no entanto, não detectamos diferença significativa na taxa de AVC entre a CRM sem CEC e a RCH em um seguimento de curto prazo, o que parece ser contraditório com algumas análises anteriores. Song et al. 26 relataram que mais pacientes no grupo CRM sem CEC sofrem de AVC do que no grupo RCH em um seguimento de 30 meses, o que indica que as diferenças podem ser bem reconhecidas em um seguimento de longo prazo. Nos últimos anos, os avanços técnicos na CRM sem CEC utilizam a técnica no touch para evitar manipulação aórtica durante o enxerto. Um estudo retrospectivo mostrou que a CRM sem CEC com técnica no touch poderia melhorar o prognóstico, minimizando as complicações neurológicas e a morbidade. 30 Emmert et al. 31 também relataram que a CRM sem CEC aórtica no touch apresentou resultados neurológicos superiores aos da CRM comCEC, e que a técnica no touch deve Figura 3 – O gráfico de funil mostra o teste de viés de publicação de mortalidade a curto prazo (no hospital ou 30 dias) e a taxa de ECCAM. ECCAM: eventos cardíacos e cerebrovasculares advsersos maiores; RR: risco relativo; SE: erro padrão. 0 0,5 1 1,5 2 0,01 0,1 1 10 100 RR SE (log[RR]) Taxa a curto prazo de ECCAM 327

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