ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Artigo Original Muñoz et al Ablação da fibrilação atrial na doença valvar Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):312-320 avaliar características do AE em pacientes com dilatação do AE de causa indeterminada. 18 O strain do AE também foi usado para predizer FA pós-operatória após intervenção na válvula mitral. 19 No entanto, não há dados prévios descrevendo a mecânica do AE após ablação do AE concomitante em pacientes com DVC ou série de DVC ou séries, objetivando obter a relação entre recorrência e mecânica atrial neste grupo de pacientes. Nós especulamos que a ausência de associação entre parâmetros do strain e da strainR do AE e recorrência de FA no pós-operatório possa ser explicada pela dilatação grave do átrio com extensas áreas de fibrose presentes antes da cirurgia tanto em pacientes que responderam como naqueles que não responderam a técnicas de ablação do AE. Áreas muito extensas de fibrose atrial podem resultar em uma diminuição importante na função mecânica atrial, conforme demonstrado pelos parâmetros de deformação dos pacientes incluídos neste estudo em comparação com indivíduos sadios. Comparações entre pacientes que responderam e aqueles que não responderam à FA são limitadas pelos parâmetros muito baixos de deformação atrial em todos os pacientes, o que afeta a sensibilidade de os parâmetros de deformação em predizer FA recorrente. Contudo, quanto maior a fibrose, menor a probabilidade de se manter o RS. Para ilustrar essa hipótese, na Figura 5, comparamos as características anatomopatológicas de um paciente com fibrose mais extensa e FA recorrente (Figura 5A) com outro paciente em RS durante o acompanhamento (Figura 5B). Estudos maiores e inclusão de amostras teciduais do AE são necessários para demonstrar essa hipótese. Tabela 2 – Parâmetros de deformação (strain e taxa de strain) no grupo pós-cirúrgico versus indivíduos sadios (mediana e intervalo interquartil, utilizados pela não normalidade da distribuição das variáveis). Valores de p foram calculados pelo teste de Mann-Whitney SSAE Mediana (P 25 -P 75 ) SDAE Mediana (P 25 -P 75 ) strainRi Mediana (P 25 -P 75 ) strainRt Mediana (P 25 -P 75 ) Grupo pós-cirúrgico 16,9 (14,1-20,6) 5,9 (4,5-7) -0,55 (-0,45- -0,67) -0,41 (-0,56- -0,25) Grupo controle 42,5 (36,3-48,8) 13,1 (11,6-16,2) -1,83 (-1,4- -2) -1,6 (-1,8- -1,4) p < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001 SSAE: strain sistólico do átrio esquerdo; SDAE: strain diastólico do átrio esquerdo; strainRi; taxa de strain inicial; strainRt: taxa de strain tardio. Figura 2 – Coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e gráfico de BlandAltman combinado com limites de concordância de 95% (IC) da concordância intraobservador (A,C) e entre observadores (B,D) das medidas do strain do AE (SAE) e da taxa de strain do átrio esquerdo (strainR). 25 20 15 10 5 0 –5 –10 –15 –20 20 15 10 5 0 –5 –10 –15 –20 –25 0 20 40 60 80 0 20 40 60 80 100 +1,96 SD 12,6 Mean 0,6 –1,96 SD –11,4 +1,96 SD 0,93 Mean 0,07 –1,96 SD –0,79 +1,96 SD 0,52 Mean –0,05 –1,96 SD –0,62 +1,96 SD 11,7 Mean –1,0 –1,96 SD –13,6 1,5 1,0 0,5 0,0 –0,5 –1,0 –1,5 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 –0,8 –0,6 –0,4 –0,2 –1,0 –3,0 –3,0 –2,5 –2,5 –1,5 –1,5 –0,5 –0,5 0,5 0,5 0,0 0,0 –2,0 –2,0 –1,0 –1,0 ICC 0,94 IC 0,94-0,96 ICC 0,93 IC 0,88-0,95 ICC 0,82 IC 0,70-0,88 ICC 0,93 IC 0,84-0,96 A B C D Intraobservador Entre observadores SAE strainR 316

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