ABC | Volume 110, Nº4, Abril 2018

Correlação Anatomoclínica Nunes et al. Homem de 73 anos com cardiopatia isquêmica e caquexia Arq Bras Cardiol. 2018; 110(4):388-392 Figura 3 – Cortes histológicos das artérias coronárias epicárdicas. Aterosclerose calcificada, com obstrução luminal maior que 50% nos principais ramos. No primeiro centímetro da artéria coronária direita (CD1) há fibrose intimal difusa, sem conteúdo lipídico. No primeiro centímetro do ramo interventricular posterior da artéria coronária direita (DP1) e do ramo circunflexo (CX1) encontram-se placas ateroscleróticas com centro gorduroso contendo cristais de colesterol (setas), circundado por fibrose (F). No quarto centímetro do ramo interventricular anterior (DA4), há oclusão luminal por trombo antigo recanalizado, observando-se luzes múltiplas e pequenas de vasos formados no processo de reparação (*). Hematoxilina-eosina, 25x (CD1, CX1 e DA4) e 50x (DP1). Figura 4 – Congestão passiva crônica. Pulmões: espessamento e tortuosidade de veias (A) e muscularização e hipertrofia da média em arteríola intracinar (B). Fígado: Dilatação sinusoidal em áreas centrilobulares (C). Baço: congestão intensa e alargamento em polpa vermelha; folículos linfóides pequenos, não reativos (*). Hematoxilina-eosina, 100x (A e D) e 400x (B). Tricrômico de Masson, 50x (C). acompanhada de bexiga de esforço, mas sem evidências morfológicas de infecção. Havia necrose tubular aguda em rins, necrose hepática centrilobular e infartos subendocárdicos recentes e multifocais em ambos os ventrículos, decorrentes de baixo débito. Apesar da informação clínica de angioplastia coronária com implantação de stent 8 anos antes do óbito, não havia stents em artérias coronárias. Não foram encontradas neoplasias malignas ou evidências morfológicas de infecção em outros órgãos. (Dra. Léa Maria Macruz Ferreira Demarchi) Diagnósticos anatomopatológicos: 1) aterosclerose sistêmica; 2) aterosclerose coronária; 3) doença isquêmica do coração, com infarto cicatrizado em paredes anterior e anterolateral do ventrículo esquerdo e em dois terços anteriores do septo ventricular; 4) dilatação do ventrículo esquerdo, de aspecto aneurismático em parede anterior do ventrículo esquerdo, com trombo em organização no endocárdio subjacente à área de infarto cicatrizado; 5) insuficiência cardíaca congestiva; 6) pneumonia aspirativa; 7) choque hemodinâmico misto (cardiogênico/infeccioso). (Dra. Léa Maria Macruz Ferreira Demarchi) Comentário A doença isquêmica do coração (DIC) ainda é a principal causa de óbito no mundo e no Brasil, com maior incidência 391

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