ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original Almeida Junior et al BNP, eco e avaliação clínica na insuficiência cardíaca Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):270-277 ventricular. 17 Em estudo com 35 pacientes em uma unidade de terapia intensiva, a pressão venosa jugular apresentou acurácia para estimar pressão de enchimento baixa ou alta. 18 Em outro estudo, avaliando mil pacientes encaminhados para transplante cardíaco, os autores observaram que uma pressão atrial direita estimada abaixo ou acima de 10 mmHg acompanhava-se de uma pressão capilar pulmonar em cunha (PCPC) abaixo ou acima de 22 mmHg em 79% dos pacientes. 19 Outros estudos relataram dados prognósticos sobre a eleva ão da pressão venosa jugular em pacientes com insuficiência cardíaca. Sua presen a foi associada a desfecho adverso, como progressão da insuficiência cardíaca, mesmo após ajuste para outros fatores prognósticos. 20 Entretanto, vários fatores limitam seu poder de predizer pressão de enchimento. Não existe um m todo universal para estimar a pressão venosa jugular. Há controv rsia quanto à posi ão (sentada ou semirrecumbente de 30-45°), à veia jugular usada (interna x externa) e à t cnica de medida (verticalmente acima da clavícula, ângulo de Louis ou posi ão estimada do átrio direito). 21,22 Em pacientes com insuficiência cardíaca e fun ão sistólica preservada, a pressão venosa jugular muito menos estudada. 23,24 Concordando com essas observa ões, descobrimos que uma pressão venosa jugular elevada apresentou a melhor especificidade (88%) entre todos os achados físicos para PAE elevada. Al m disso, em pacientes sem pressão venosa jugular elevada, mas com refluxo hepatojugular positivo, pudemos identificar PAE elevada em 10 de cada 12 pacientes. Entretanto, como esperado, a ausência de pressão venosa jugular elevada não conseguiu excluir PAE elevada. Figura 2 – Curvas receiver operating characteristics para estimar a pressão atrial esquerda ≥ 15 mmHg. A estimativas foram baseadas nas variáveis dicotômicas. EC: escore clínico; RT: radiografia de tórax; BNP: peptídeo natriurético do tipo B. 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 Sensibilidade 100-Especificidade EC (AUC: 0,53) EC+RT (AUC: 0,60) EC+RT+BNP400 (AUC: 0,62) EC+RT+BNP1000 (AUC: 0,66) Tabela 5 – Características diagnósticas do escore clínico (EC), da radiografia de tórax (RT), do peptídeo natriurético do tipo B (BNP) e dos três combinados para predizer pressão atrial esquerda ≥ 15 mmHg Sensibilidade Especificidade VPP VPN Acurácia ECP 64 33 78 20 58 ECP + RT 82 33 82 33 72 ECP + RT + BNP>400 91 22 81 40 76 ECP: escore clínico positivo; VPP: valor preditivo positivo; VPN: valor preditivo negativo. Tabela 4 – Características diagnósticas do peptídeo natriurético do tipo B (BNP) e da radiografia de tórax para predizer pressão atrial esquerda ≥ 15 mmHg Sensibilidade Especificidade VPP VPN Acurácia BNP > 400 73 44 83 30 67 BNP > 1000 44 88 93 29 53 Radiografia de tórax 79 44 84 36 72 VPP: valor preditivo positivo; VPN: valor preditivo negativo. 274

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