ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original Lemos et al Exercício melhora as arteríolas esplênicas em SHR Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):263-269 Figura 1 – Registro basal da frequência cardíaca (1A), pressão arterial sistólica (1B), pressão arterial média (1C) e pressão arterial diastólica (1D) em ratos que se movem livremente. WKY S (ratos normotensos sedentários); WKY T (ratos normotensos treinados); SHR S (ratos hipertensos sedentários); SHR T (ratos hipertensos treinados). As barras nas figuras 1A e 1C representam média ± desvio-padrão. Os resultados nas figuras 1B e 1D são expressos como mediana (intervalo interquartil). # p < 0,05 vs. WKY S ; *p < 0,001 vs. WKY S ; † p < 0,001 vs. WKY T ; e ‡ p < 0,001 vs. SHR S . FC: frequência cardíaca; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; PAM: pressão arterial média. Sedentários Treinados (C) 200 250 150 50 0 100 PAM (mmHg) WKY S WKY T SHR S SHR T *† *†‡ (A) 500 400 300 200 100 0 FC (bpm) # *† ‡ (D) 200 250 150 50 100 PAD (mmHg) WKY SHR *† *†‡ (B) 300 200 250 150 100 PAS (mmHg) *†‡ *† A rela ão de causa-efeito entre hipertensão e lesão arteriolar (hipertrofia) está bem estabelecida. 18-20 A literatura mostra que um efetivo tratamento anti-hipertensivo deve visar não apenas a reduzir a PA, mas tamb m a corrigir as lesões associadas com a hipertensão, como a altera ão da estrutura vascular. Um estudo pr vio mostrou a eficácia do treinamento físico para normalizar a rela ão parede/lúmen da arteríola, evidenciando que tanto a resposta arteriolar quanto a redu ão da resistência vascular após treinamento físico correlacionaram-se significativamente com a redu ão da PA. 21 Estudo experimental mostrou que as rela ões parede/ lúmen da arteríola foram reduzidas pelo maior diâmetro interno e/ou externo, que um padrão característico para remodelamento vascular. 21 Importante notar a demonstra ão de que o treinamento físico, ao reverter a invasão do lúmen, normaliza a aumentada rela ão parede/lúmen das arteríolas em ratos hipertensos. Esses dados estão de acordo com os resultados do nosso estudo. Estudos com modelos animais indicam que a eleva ão sustentada do tônus simpático estimula a hipertrofia das c lulas musculares lisas, sugerindo que a hiperatividade simpática possa contribuir para mudan as na espessura da parede arterial. 22 Assim, um achado interessante do nosso estudo foi a significativa correla ão positiva entre hiperatividade simpática e espessura da parede de arteríolas esplênicas em ratos hipertensos, corroborando resultados de outros investigadores que demonstraram que a hipertensão está associada com hiperatividade simpática que altera o controle vasomotor, resultando em várias anormalidades na microcircula ão, como o aumento da rela ão parede/lúmen arteriolar e a redu ão da densidade vascular, que contribuem para manter uma elevada resistência perif rica total. 23-28 Outro importante achado do nosso estudo foi a capacidade de o treinamento físico atenuar a atividade simpática em SHR e que tal efeito associou-se com uma redu ão na espessura da parede da arteríola esplênica. O treinamento físico produz efeitos ben ficos no sistema cardiovascular em indivíduos normais e doentes atrav s de altera ões (ou modifica ões) no controle neural da circula ão. 29,30 Tais efeitos incluem redu ões na PA, na descarga simpática em seres humanos, 31,32 assim como em modelos animais, 33,34 e na resistência vascular. 35,36 Al m disso, há evidência de que o treinamento físico melhora as condi ões dos pequenos vasos em SHR submetidos ao protocolo de nata ão. 37 Embora este estudo não tenha contemplado os mecanismos responsáveis pelos efeitos induzidos pelo treinamento físico, pode-se especular 266

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