ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original Treinamento Físico Atenua a Atividade Simpática e Melhora a Morfometria das Arteríolas Esplênicas emRatos Espontaneamente Hipertensos Exercise Training Attenuates Sympathetic Activity and Improves Morphometry of Splenic Arterioles in Spontaneously Hipertensive Rats Marina de Paiva Lemos, 1 Gustavo Ribeiro da Mota, 1 Moacir Marocolo, 2 Carla Cristina de Sordi, 1 Rosângela Soares Chriguer, 3 Octávio Barbosa Neto 1 Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG - Brasil 1 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Juiz de Fora, MG - Brasil 2 Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP - Brasil 3 Correspondência: Marina de Paiva Lemos • Rua dos Inconfidentes, 242 apt. 102. CEP 38025-410, Nossa Senhora da Abadia, Uberaba, MG – Brasil E-mail: marina_plemos@hotmail.com Artigo recebido em 23/06/2017, revisado em 06/10/2017, aceito em 06/10/2017 DOI: 10.5935/abc.20180053 Resumo Fundamento: Alterações na estrutura dos vasos de resistência contribuem para elevar a resistência vascular sistêmica na hipertensão, estando ligadas à hiperatividade simpática e lesões em órgãos-alvo. Objetivo: Avaliar os efeitos do treinamento físico nos parâmetros hemodinâmicos e autônomos, assim como as lesões arteriolares esplênica em ratos machos Wistar Kyoto (WKY) e espontaneamente hipertensos (SHR). Métodos: Ratos normotensos sedentários (WKY S ) e treinados (WKY T ), e ratos hipertensos sedentários (SHR S ) e treinados (SHR T ) foram incluídos neste estudo. Após nove semanas de aplicação do protocolo experimental (treinamento de natação ou controle sedentário), registraram-se a pressão arterial (PA) e a frequência cardíaca (FC) dos ratos em movimento livre. Avaliamos o controle autônomo do coração através de bloqueio autônomo simpático e vagal. Análises morfométricas das arteríolas esplênicas foram realizadas. Adotou-se o nível de significado estatístico de p < 0,05. Resultados: Observou-se bradicardia de repouso nos dois grupos treinados (WKY T : 328,0 ± 7,3 bpm; SHR T : 337,0 ± 5,2 bpm) em comparação aos seus respectivos grupos sedentários (WKY S : 353,2 ± 8,5 bpm; SHR S : 412,1 ± 10,4 bpm; p < 0,001). Otreinamento físicoatenuouaPAmédia apenas nogrupoSHR T (125,9±6,2mmHg vs. 182,5±4,2mmHgnoSHR S ; p<0,001). O grupo WKY T mostrou maior efeito vagal (∆FC: 79,0 ± 2,3 bpm) em comparação ao grupo WKY S (∆FC: 67,4 ± 1,7 bpm; p < 0,05). Exercício crônico diminuiu os efeitos simpáticos em SHR T (∆FC: -62.8 ± 2.8 bpm) em comparação a SHR S (∆FC: -99,8 ± 9,2 bpm; p = 0,005). A espessura da parede das arteríolas esplênicas nos SHR foi reduzida pelo treinamento (332,1 ± 16,0 µm 2 nos SHR T vs. 502,7 ± 36,3 µm 2 nos SHR S ; p < 0,05). Conclusões: O treinamento físico atenua a atividade simpática e a PA em SHR, o que pode contribuir para melhorar a morfologia das arteríolas esplênicas. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):263-269) Palavras-chave: Exercício; Esforço Físico; Hipertensão; Resistência Vascular; Arteríolas; Ratos. Abstract Background: Alterations in the structure of resistance vessels contribute to elevated systemic vascular resistance in hypertension and are linked to sympathetic hyperactivity and related lesions in target organs. Objective: To assess the effects of exercise training on hemodynamic and autonomic parameters, as well as splenic arteriolar damages in male Wistar Kyoto (WKY) and Spontaneously Hypertensive Rats (SHR). Methods: Normotensive sedentary (WKY S ) and trained (WKY T ) rats, and hypertensive sedentary (SHR S ) and trained (SHR T ) rats were included in this study. After 9 weeks of experimental protocol (swimming training or sedentary control), arterial pressure (AP) and heart rate (HR) were recorded in freely moving rats. We assessed the autonomic control of the heart by sympathetic and vagal autonomic blockade. Morphometric analyses of arterioles were performed in spleen tissues. The statistical significance level was set at p < 0.05. Results: Resting bradycardia was observed in both trained groups (WKY T : 328.0 ± 7.3 bpm; SHR T : 337.0 ± 5.2 bpm) compared with their respective sedentary groups (WKY S : 353.2 ± 8.5 bpm; SHR S : 412.1 ± 10.4 bpm; p < 0.001). Exercise training attenuated mean AP only in SHR T (125.9 ± 6.2 mmHg) vs. SHR S (182.5 ± 4.2 mmHg, p < 0.001). The WKY T showed a higher vagal effect (∆HR: 79.0 ± 2.3 bpm) compared with WKY S (∆HR: 67.4 ± 1.7 bpm; p < 0.05). Chronic exercise decreased sympathetic effects on SHR T (∆HR: -62.8 ± 2.8 bpm) in comparison with SHR S (∆HR: -99.8 ± 9.2 bpm; p = 0.005). The wall thickness of splenic arterioles in SHR was reduced by training (332.1 ± 16.0 µm 2 in SHR T vs. 502.7 ± 36.3 µm 2 in SHR S ; p < 0.05). Conclusions: Exercise training attenuates sympathetic activity and AP in SHR, which may be contributing to the morphological improvement of the splenic arterioles. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):263-269) Keywords: Exercise; Physical Exertion; Hypertension; Vascular Resistance; Arterioles; Rats. Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 263

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=