ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original Scherr et al Risco Cardiovascular em Adolescentes Atletas Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):248-255 Tabela 3 – Características dos alunos do Ginásio Experimental Olímpico (GEO) de acordo com a categoria de modalidade esportiva praticada MET baixo (N = 56) MET alto (N = 217) Valor de p* Média DP Média DP Peso (kg) 48,5 13,0 53,3 13,1 0,02 IMC 20,0 4,8 20,9 4,4 0,20 N % N % Estado nutricional/IMC Magreza - - 2 0,9 Eutrófico 37 68,5 127 60,2 0,44 Sobrepeso 9 16,7 55 26,1 0,15 Obesidade 8 14,8 27 12,8 0,72 Desconhecido 2 3,6 6 2,8 Pressão arterial Normotensão 48 85,7 186 87,3 0,28 Pré-hipertensão 6 10,7 12 5,6 0,22 Hipertensão 2 3,6 15 7,0 0,54 Desconhecido - - 4 1,8 Glicemia capilar Desejável (< 101 mg/dL) 54 98,2 205 100 0,21 Limítrofe (101-116 mg/dL) 1 1,2 - - Elevado (≥ 117 mg/dL) - - - - Desconhecido 1 1,8 12 5,5 Colesterol total Desejável (< 170 mg/dL) 39 69,6 175 81,4 0,11 Limítrofe (170-199 mg/dL) 15 26,8 32 14,9 0,04 Elevado (≥ 200 mg/dL) 2 3,6 8 3,7 Desconhecido - - 2 0,9 Triglicerídeos Desejável (< 90 mg/dL) 20 50,0 68 50,0 0,98 Limítrofe (90-129 mg/dL) 8 20,0 29 21,3 Elevado (≥ 130 mg/dL) 12 30,0 39 28,7 Desconhecido 16 28,6 81 37,3 DP: desvio-padrão; MET: equivalente metabólico; IMC: índice de massa corporal. *Valor de p obtido por teste qui-quadrado (para variáveis categóricas) ou t de Student (para variáveis contínuas). HELENA, níveis mais elevados de aptidão cardiorrespiratória foram associados a um maior número de componentes ideais de saúde cardiovascular em ambos os sexos, principalmente em meninos. Estes achados em adolescentes europeus indicamque o condicionamento cardiorrespiratório, como recomendado pela Associa ão Americana de Cardiologia ( American Heart Association, AHA ), está associado positivamente ao índice ideal de saúde cardiovascular. Al m disso, identificou-se um limite hipot tico dessa aptidão física associado a um perfil de saúde cardiovascular mais favorável, o qual parece ser mais característico para os meninos do que para as meninas. Assim sendo, uma modifica ão no estilo de vida focada em aumentar a atividade física e melhorar o condicionamento físico pode contribuir para uma melhor saúde cardiovascular. 20 É importante frisar que estudos de interven ão tamb m demonstraram associa ão entre dieta, exercícios físicos e controle de fatores de risco, com consequente melhor prognóstico cardiovascular. O estudo STRIP ( Special Turku Coronary Risk Factor Intervention Project ) acompanhou cerca de 530 indivíduos desde os sete meses de idade at o início da vida adulta. O grupo interven ão foi submetido a um programa de aconselhamento nutricional regular baseado em uma dieta com baixo teor de colesterol e de gordura saturada e o grupo controle seguiu uma dieta convencional. No grupo interven ão, houve um impacto favorável significativo nos parâmetros de avalia ão da fun ão endotelial e na redu ão dos níveis s ricos de colesterol. 21 Outro estudo com adolescentes diab ticos submetidos a umprograma de exercício físico revelou ummelhor controle da glicemia e redu ão dos lipídios s ricos naqueles com a doen a do tipo I. 22 Já no estudo de Högström et al., 23 meninos suecos saudáveis com idade de 18 anos foram acompanhados por um período mediano de 34 anos; após esse período, menor incidência de infarto do miocárdio foi observado naqueles com melhor capacidade aeróbica em compara ão aos quintis de menor capacidade física. 23 De forma interessante, os responsáveis pelos alunos do GEO entrevistados no nosso estudo mencionaram maior taxa de prática de atividade física regular e menor taxa de HAS diagnosticada previamente. É possível que a atitude dos responsáveis possa ter influenciado as crian as para a afinidade 252

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