ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original De-Paula et al Impacto da asma na função ventricular Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):231-239 Análise estatística O teste de Kolmogorov-Smirnov foi usado para verificar a normalidade dos dados. As variáveis foram expressas em tendência central (m dia e mediana) e variabilidade (erro padrão da m dia ou intervalo interquartil-IIQ). Quando apropriado, o teste t não pareado ou o teste de Mann-Whitney foi usado para compara ão das diferentes variáveis. O coeficiente de correla ão de Pearson ou de Spearman foi calculado para avaliar associa ões entre variáveis independentes e variável resposta. Todas as análises foram realizados com o programa GraphPad Prism (versão 5.0, GraphPad Software, Inc., La Jolla, CA, EUA). Um valor de p < 0,05 foi considerado como indicativo de significância estatística. Resultados Antropometria e teste de função pulmonar O grupo controle e o grupo de indivíduos asmáticos foram similares quanto à idade, peso, altura, e índice de massa corporal (IMC). O VEF 1 e o índice de Tiffeneau (VEF 1 /CVF) foram significativamente menores no grupo com asma que no grupo controle (Tabela 1). Todos os pacientes asmáticos eram clinicamente estáveis. Dos 20 pacientes, 86,95% apresentaram asma leve, 8,70% asma moderada e 4,35% asma muito grave. Características ecocardiográficas No presente estudo, foram avaliados parâmetros de ecocardiografia convencional e tecidual em crian as e adolescentes sadios e asmáticos, sem qualquer sintoma cardiovascular. TAPSE, FAC (%) e S’ foram similares entre os grupos controle e com asma. O IPM foi mais elevado no grupo de indivíduos asmáticos. A EDT da fun ão diastólica direita revelou que E’, A’ a razão E’/A’, avaliados no anel tricúspide, bem como a velocidade diastólica do anel tricúspide E e A e a razão E/A não foram significativamente diferentes entre os grupos (Tabela 2). Al m disso, o TRIV foi significativamente maior (p = 0,0007) no grupo de asmáticos (57,15 ± 0,97 ms) em compara ão ao grupo controle (52,28 ± 0,87 ms). Apesar de o TAP e a PASP estarem dentro da faixa de normalidade (> 130 ms e < 35 mmHg, respectivamente), esses parâmetros foram significativamente diferentes entre os grupos controle e asmático. O TAP foi mais baixo (p < 0,0001) e a PASP foi maior (p < 0,0002) no grupo de pessoas asmáticas (114,3 ± 3,70 ms e 25,40 ± 0,54 mmHg) que no grupo controle (135,30 ± 2,28 ms e 22,22 ± 0,40 mmHg). A Tabela 3 mostra que S’ foi menor e o IPMmaior no grupo com asma. O IPC da fun ão diastólica esquerda revelou que E’ e A’ foram significativamente diferentes entre os grupos. Os picos de velocidade diastólica anular mitral E e A e de E/A foram significativamente diferentes entre os grupos. Entre as crian as e os adolescentes sadios submetidos ao exame de ecocardiografia (n = 18), 9 foram submetidos à avalia ão da resistência muscular inspiratória e da capacidade funcional, e à administra ão dos questionários de qualidade de vida e atividade física. O grupo com asma foi submetido a todos os testes utilizados neste estudo. Endurance muscular inspiratória Não foram encontradas diferen as significativas entre os grupos controle e com asma quanto à PImax (109,4 ± 14,19 cmH 2 O e 92,14 ± 5,62 cmH 2 O, p = 0,178) ou dispneia basal (0,14 ± 0,09 e 0,18 ± 0,10, p = 0,871). Apesar do tempo de endurance muscular inspiratória mais curto no grupo com asma (128,9 ± 14,08 s), a diferen a não alcan ou significância estatística em rela ão ao controle Figura 2 – Doppler de onda pulsada da artéria pulmonar (TAP: tempo de aceleração pulmonar = intervalo entre o início do fluxo pulmonar e o pico de velocidade; tempo mais curto de aceleração = maior pressão arterial pulmonar). 235

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