ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original De-Paula et al Impacto da asma na função ventricular Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):231-239 and Prevention ). 13 O grupo controle foi composto de crian as e adolescentes considerados saudáveis. Os grupos foram pareados quanto ao sexo e a idade. Critérios de inclusão O grupo com asma consistiu em crian as e adolescentes com diagnóstico clínico e espirom trico de asma, há mais de 30 dias sem história de infec ão aguda das vias a reas superiores ou inferiores, ou agravamento dessa condi ão. Os participantes do grupo controle apresentavam história clínica e fun ão pulmonar normais. Critérios de exclusão Foram excluidos do estudo crianças e adolescentes com doença pulmonar aguda ou cronica, deformidade toracica importante, doen as neuromuscular, cardiovascular, digestiva, reumatica, osteoarticular ou genitourinaria, sindrome genética ou qualquer condiçao adversa a saude que comprometesse a segurança dos participantes na realizaçao dos testes propostos no protocolo. Protocolo de avaliação Altura (m) e peso (Kg) foram medidos utilizando-se uma balan a antropom trica (Filizola TM , São Paulo, SP, Brasil). Os testes foram realizados em duas etapas: Etapa 1 – análise espirom trica para confirmar o diagnóstico e a classifica ão da asma. Em seguida, foram administrados os questionários de qualidade de vida e atividade física basal. A for a e a endurance dos músculos inspiratórios foram então medidas. A capacidade funcional foi avaliada pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6M) 30 minutos após a avalia ão dos músculos inspiratórios. Etapa 2 – Exame de ecocardiografia. A ordem das duas etapas foi determinada aleatoriamente com um intervalo máximo de 15 dias entre elas. Teste de função pulmonar As variáveis espirom tricas analisadas foram a capacidade vital for ada (CVF), o volume expiratório for ado no primeiro segundo de CVF (VEF 1 ) e o índice de Tiffeneau (VEF 1 /CVF). O grupo com asma tamb m foi submetido à prova broncodilatadora, 20 minutos após inala ão de salbutamol (400 µg/dose, distribuído em quatro inala ões de 100 µg, com um minuto de intervalo entre as inala ões). Os valores previstos foram analisados e descritos pelas equa ões propostas por Polgar e Promadhat. 14 Um aumento no VEF 1 igual ou maior que 12% do predito, após a administra ão de salbutamol, confirmavam a limita ão variável ao fluxo de ar. Avaliação da pressão inspiratória máxima A pressão inspiratória máxima (PImax) foi avaliada utilizando‑se ummanovacuômetro analógico (MDI®modelo MVD300, Porto Alegre, Brasil), iniciando-se a partir do volume residual. Foram realizadas no mínimo cinco medidas reprodutíveis, e as manobras foram repetidas at as duas maiores medidas não se diferirem mais que 5% entre si. 15 O maior valor medido foi usado para se estabelecer a carga para a avalia ão da endurance muscular inspiratória. Avaliação da endurance muscular inspiratória A endurance muscular inspiratória foi avaliada após a determina ão da PImax, utilizando-se uma versão modificada do protocolo proposto por Sette et al., 16 A endurance muscular inspiratória foi definida como o tempo máximo tolerado em respira ão espontânea com carga correspondente a 30% da PImax at exaustão, que foi definida como incapacidade de superar a carga inspiratória em duas tentativas consecutivas. Os crit rios para interrup ão do teste foram cansa o extremo, tontura, desconforto, dor nas bochechas ou satura ão perif rica de oxigênio (SpO 2 ) menor que 85%. Avaliação da capacidade funcional pelo TC6M O TC6M foi realizado com base nas diretrizes da Sociedade Torácica Americana ( American Thoracic Society ). O participante era orientado a caminhar o mais rápido possível ao longo de um corredor plano de 30 metros, marcado a cada 3 metros, recebendo incentivo verbal de um mesmo avaliador a cada 30 segundos. Um segundo avaliador permanecia em uma das extremidades do percurso para auxiliar na coleta de dados no início e no final do teste. Pressão arterial (PA), frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), SpO 2 , e escore de dispneia de Borg em repouso e durante o esfor o físico foram medidos no início e no final do teste. OTC6M foi realizado duas vezes, com um intervalo de 30 minutos entre eles. O teste em que o participante percorreu a maior distância foi considerado para análise estatística. Os crit rios para interrup ão do teste foramcansa o extremo, SpO 2 menor que 85%ou qualquer outro desconforto. A dispneia em repouso e durante o exercício foi avaliada pela escala modificada de Borg, 17 a qual pontuada de 0 a 10 pontos com base nas respostas verbais correspondendo a nenhuma ou máxima falta de ar, respectivamente. Avaliação da qualidade de vida A qualidade de vida foi avaliada pelo instrumento Pediatric Quality of Life Inventory TM , versao 4.0 (PedsOL 4.0). 18,19 Auto‑avalia ões estavam disponíveis para os seguintes grupos etários: 5 a 7, 8 a 12 e 13 a 18 anos. Os itens em cada formulário eram similares para cada grupo, diferindo‑se apenas na adequa ão da linguagem em rela ão ao grau de desenvolvimento. A qualidade de vida do grupo dos participantes com asma tamb m foi avaliada pelo questionário Paediatric Asthma Quality of Life Questionnaire (PAQLQ), 20 traduzido e culturalmente adaptado para o português do Brasil para crian as e adolescentes com idade entre 7 e 17 anos. 21 Avaliação da atividade física basal A atividade física foi avaliada pelo questionário Physical Activity Questionnaire – Child (PAQ-C), 22 que investiga a prática de atividade física em crian as e adolescentes nos sete dias anteriores ao preenchimento do mesmo. Avaliação da variável ecocardiográfica Um único cardiologista pediátrico, cego para o status respiratório dos participantes, realizou o exame de ecocardiografia. O exame foi realizado com o participante posicionado em decúbito lateral esquerdo e decúbito dorsal, 233

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=