ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Artigo Original Xu et al Associação entre gravidade das lesões coronarianas e DMO Arq Bras Cardiol. 2018; 110(3):211-216 revelou que a incidência de osteopenia/osteoporose em lesões graves da art ria coronária determinadas pelo escore SYNTAX foi significativamente maior que em lesões leves. 20 Contudo, a maioria desses estudos basearam-se em pacientes com DAC do sexo masculino, e poucos incluíram mulheres com DAC no período pós-menopausa. Em nosso estudo, 186 mulheres pós-menopausa com DAC identificada por angiografia coronária foram divididas em dois grupos segundo o escore de Gensini: pacientes com lesões coronarianas leves (escore de Gensini < 25) e pacientes com lesões coronarianas graves (escore de Gensini >25). Observamos um aumento na taxa de osteoporose/osteopenia no grupo com lesões coronarianas graves. Análise de regressão logística multivariada mostrou que osteopenia/osteoporose no colo do fêmur associou-se com um risco aumentado de se desenvolver lesões coronarianas graves. O modelo de regressão múltipla mostrou que os escores T foram preditores independentes do escore de Gensini. A maioria dos estudos pr vios, se não todos, incluindo os nossos resultados, indicam que uma DMO baixa estava não somente associada com risco aumentado de DAC, como tamb m foi um preditor independente de gravidade das lesões coronarianas em mulheres pós-meonopausa. Apesar de muitas hipóteses terem sido propostas para explicar a correla ão entre osteoporose e DAC, essa rela ão ainda não foi totalmente compreendida. 16,21,22 Apesar de fatores de risco comuns do metabolismo ósseo e risco cardiovascular – inflama ão, dislipidemia, menopausa, hipertensão, tabagismo e diabetes mellitus – existe tamb m a possibilidade da influência gen tica e ocorrência de calcifica ão vascular. 23,24 A hidroxiapatita, uma parte importante da fase mineral do osso, tamb m encontrada na placa calcificada da art ria. Ainda, proteínas da matriz óssea tais como proteína gla, proteína óssea morfogen tica 2, osteocalcina e colágeno, foram encontradas nas placas calcificadas. Estudos sugeriram que algumas muta ões gen ticas importantes podem levar ao desenvolvimento precoce de AS e osteoporose, o que indica evidência de uma base gen tica comum. 25,26 Vale mencionar que evidências atuais correlacionando a osteoporose com a DAC estão longe de serem conclusivas. Por isso, mais estudos são necessários para avaliar a rela ão entre essas duas doen as comuns. Limitações A principal limita ão de nosso estudo o tamanho relativamente pequeno da amostra. Outros estudos, envolvendo um maior número de mulheres na menopausa, são necessários para estabelecer e confirmar a rela ão entre a gravidade de lesões coronarianas e osteopenia/osteoporose. Al m disso, informa ões sobre d ficit de vitamina K, e sobre citocinas inflamatórias, proteína gla e osteocalcina, que podem estar associadas com lesões coronarianas e osteoporose, não estavam disponíveis para este estudo. Ainda, outra limita ão de nosso estudo foi o fato de os exames de DMO não haverem sido realizados em um mesmo servi o. Conclusão No presente estudo, investigamos a associa ão entre DMO e gravidade de lesões coronarianas emmulheres pós-menopausa. Nossos resultados sugeriram que mulheres pós-menopausa com uma baixa DMO estão em alto risco de desenvolverem lesões coronarianas graves. Estudos futuros devem investigar vias fisiopatológicas comuns entre a osteoporose e a gravidade de lesões coronarianas. Contribuição dos autores Concep ão e desenho da pesquisa: Xu R, Xin-Chun C, Hong‑Ni Y; Obten ão de dados e Análise e interpreta ão dos dados: Xu R, Zhang Y, Hong-Mei L; Análise estatística: Xu R; Reda ãodomanuscrito: Xin-ChunC; Revisãocríticadomanuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Xu R, Hong-Ni Y. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Nãohá vincula ãodesteestudoaprogramas depós-gradua ão. Aprovação ética e consentimento informado Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Hospital of Xinjiang Uyghur Autonomous Region sob o número de protocolo 678999009. Todos os procedimentos envolvidos nesse estudo estão de acordo com a Declara ão de Helsinki de 1975, atualizada em 2013. O consentimento informado foi obtido de todos os participantes incluídos no estudo. 215

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