ABC | Volume 110, Nº3, Março 2018

Carta ao Editor Ocorrência de Acidente Vascular Cerebral e Fração de Ejeção Reduzida em Pacientes com Doença de Chagas Occurrence of Stroke and Reduced Ejection Fraction in Patients with Chagas Disease Elieusa e Silva Sampaio, Márcia Maria Carneiro Oliveira, Roque Aras Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA – Brasil Correspondência: Elieusa e Silva Sampaio • Rua General Braulio Guimarães, 224. Edf. Ocean Ville. Aptº 301. CEP 41750-000, Jardim Arma ão, Salvador, BA – Brasil E-mail: elieusasampaio@uol.com.br, eesampaio@ufba.br Artigo recebido em 29/09/2017, revisado em 18/10/2017, aceito em 18/10/2017 Palavras-chave Doen a de Chagas; Cardiomiopatia Chagásica; Acidente Vascular Cerebral; Volume Sistólico. 1. Carod-Artal FJ, Vargas AP, Horan TA, Nunes LG. Chagasic cardiomyopathy is independently associated with ischemic stroke in Chagas disease. Stroke. 2005;36(5):965-70. doi: 10.1161/01.STR.0000163104.92943.50. 2. Cardoso RN, Macedo FY, Garcia MN, Garcia DC, Benjo AM, Aguilar D, et al. Chagas cardiomyopathy is associated with higher incidence of stroke: a meta-analysis of observational studies. J Card Fail. 2014;20(12):931-8. doi: 10.1016/j.cardfail.2014.09.003. 3. Nunes MC, Barbosa MM, Ribeiro AL, Barbosa FB, Rocha MO. Ischemic cerebrovascular events in patients with Chagas cardiomyopathy: a prospective follow-up study. J Neurol Sci. 2009;278(1-2):96-101. doi: 10.1016/j.jns.2008.12.015. 4. Nunes MC, Kreuser LJ, Ribeiro AL, Sousa GR, Costa HS, Botoni FA, et al. Prevalence and risk factors of embolic cerebrovascular events associated with Chagas heart disease. Glob Heart. 2015;10(3):151-7. doi: 10.1016/j. gheart.2015.07.006. 5. da Matta JA, Aras R Jr, de Macedo CR, da Cruz CG, Netto EM. Stroke correlates in Chagasic and non-Chagasic cardiomyopathies. PLoS One. 2012;7(4):e35116. doi: 10.1371/journal.pone.0035116. Referências DOI: 10.5935/abc.20180029 Ao Editor A Doen a de Chagas (DC) um fator de risco bem definido para Acidente Vascular Cerebral (AVC). 1 Mas o significado prognóstico da prevalência de AVC na fra ão de eje ão do ventrículo esquerdo (FEVE) reduzida em compara ão com a FEVE preservada em pacientes com insuficiência cardíaca e com DC, ainda pouco conhecido. 2 Há estudos que demonstram associa ão do AVC com DC e com FEVE reduzida 3 e há os que refutam esta associa ão. 4 Em um estudo transversal, envolvendo 85 pacientes chagásicos com m dia de idade de 61,8 ± 9,3 anos, sendo 71,8% com insuficiência cardíaca e 96,5%da ra a negra, os pacientes foram comparados com a FEVE ≤ 40% e FEVE > 40%, para avaliar a ocorrência de AVC em pacientes com DC e FEVE reduzida. Evidenciou-se que a FEVE ≤ 40% (OR 4,37: 1,65‑11,63; p = 0,003) foi um preditor independente para AVC em compara ão compacientes com FEVE preservada. Observou‑se ainda uma alta prevalência (50%) de AVC a qual obtida pela tomografia de crânio, número próximo a uma coorte de chagásicos de 41,6% na mesma localidade. 5 Não houve AVCs hemorrágicos e tamb m não houve rela ão significativa entre fibrila ão atrial e AVC, este dado pode ser explicado pelo uso de anticoagulantes orais nestes pacientes. Al m disso, foram detectados 54,8% de acidentes vasculares silenciosos em pacientes que não tinham história de AVC. A alta prevalência de AVC neste estudo com pacientes chagásicos, pode ter acontecido porque todos os pacientes foram avaliados com tomografia de crânio, ao contrário de outros estudos, que geralmente utilizam como crit rios de diagnóstico de AVC os achados clínicos e/ou radiológicos 1,4 e comumente não avaliam o infarto cerebral silencioso. 4 Os dados sugerem que a FEVE reduzida está associada ao AVC, confirmado por meio de tomografia de crânio e pode ser um preditor independente de eventos embólicos nesta popula ão. Este um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licen a de atribui ão pelo Creative Commons 297

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