ABC | Volume 110, Nº2, Fevereiro 2018

Artigo Original Controle Autonômico e Vascular em Pré-Hipertensos com Histórico Familiar de Hipertensão Arterial Autonomic and Vascular Control in Prehypertensive Subjects with a Family History of Arterial Hypertension Josária Ferraz Amaral, 1 Diana de Medeiros Andrade Borsato, 1 Isabelle Magalhães Guedes Freitas, 1 Edgar Toschi-Dias, 2 Daniel Godoy Martinez, 1 Mateus Camaroti Laterza 1 Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), 1 Juiz de Fora, MG; Instituto do Coração (InCor) - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2 São Paulo, SP – Brasil Correspondência: Josária Ferraz Amaral • Universidade Federal de Juiz de Fora - Faculdade de Educação Física e Desportos. Campus Universitário, S/N. CEP 36036-900, Martelos, Juiz de Fora, MG – Brasil. E-mail: josaria_ferraz@hotmail.com Artigo recebido em 15/06/2017, revisado em 18/09/2017, aceito em 27/09/2017 DOI: 10.5935/abc.20180006 Resumo Fundamento: Indivíduos com histórico familiar de hipertensão arterial sistêmica (HFHAS) e/ou pré-hipertensão apresentam maior risco de desenvolver essa patologia. Objetivo: Avaliar as funções autonômica e vascular de pré-hipertensos com HFHAS. Métodos: Vinte e cinco voluntários jovens com HFHAS, sendo 14 normotensos e 11 pré-hipertensos foram submetidos à avaliação da função vascular, por meio da condutância vascular do antebraço (CV) durante repouso e hiperemia reativa (Hokanson ® ), e da modulação autonômica cardíaca e periférica, quantificada, respectivamente, por meio da análise espectral da frequência cardíaca (ECG) e da pressão arterial sistólica (PAS) (FinometerPRO ® ). A análise da função de transferência foi utilizada para mensurar o ganho e o tempo de resposta do barorreflexo. A significância estatística adotada foi p ≤ 0,05. Resultados: Pré-hipertensos, em relação aos normotensos, tem maior CV tanto em repouso (3,48 ± 1,26 vs . 2,67 ± 0,72 unidades; p = 0,05) quanto no pico hiperemia reativa (25,02 ± 8,18 vs . 18,66 ± 6,07 unidades; p = 0,04). Os índices da modulação autonômica cardíaca foram semelhantes entre os grupos. Entretanto, na modulação autonômica periférica, foi observado, nos pré-hipertensos emrelaçãoaos normotensos,maior variabilidade (9,4 [4,9-12,7] vs . 18,3 [14,8‑26,7]mmHg²; p < 0,01) e maiores componentes espectrais de muito baixa (6,9 [2,0-11,1] vs . 13,5 [10,7-22,4] mmHg²; p = 0,01) e baixa frequências (1,7 [1,0-3,0] vs . 3,0 [2,0-4,0] mmHg²; p = 0,04) da PAS. Adicionalmente, observamos menor ganho do controle barorreflexo nos pré-hipertensos em relação aos normotensos (12,16 ± 4,18 vs. 18,23 ± 7,11 ms/mmHg; p = 0,03), porém, tempo de retardo semelhante (-1,55 ± 0,66 vs. -1,58 ± 0.72 s; p = 0,90). Conclusão: Pré-hipertensos com HFHAS tem disfunção autonômica e condutância vascular aumentada quando comparados a normotensos com o mesmo fator de risco. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(2):166-174) Palavras-chave: Hipertensão / genética; Sistema Nervoso Autonômico; Fatores de Risco; Endotélio Vascular / fisiopatologia. Abstract Background: Individuals with a family history of systemic arterial hypertension (FHSAH) and / or prehypertension have a higher risk of developing this pathology. Objective: To evaluate the autonomic and vascular functions of prehypertensive patients with FHSAH. Methods: Twenty-five young volunteers with FHSAH, 14 normotensive and 11 prehypertensive subjects were submitted to vascular function evaluation by forearm vascular conductance(VC) during resting and reactive hyperemia (Hokanson®) and cardiac and peripheral autonomic modulation, quantified, respectively, by spectral analysis of heart rate (ECG) and systolic blood pressure (SBP) (FinometerPRO®). The transfer function analysis was used to measure the gain and response time of baroreflex. The statistical significance adopted was p ≤ 0.05. Results: Pre-hypertensive individuals, in relation to normotensive individuals, have higher VC both at rest (3.48 ± 1.26 vs. 2.67 ± 0.72 units, p = 0.05) and peak reactive hyperemia (25, 02 ± 8.18 vs. 18.66 ± 6.07 units, p = 0.04). The indices of cardiac autonomic modulation were similar between the groups. However, in the peripheral autonomic modulation, greater variability was observed in prehypertensive patients compared to normotensive individuals (9.4 [4.9-12.7] vs. 18.3 [14.8-26.7] mmHg²; p < 0.01) and higher spectral components of very low (6.9 [2.0-11.1] vs. 13.5 [10.7-22.4] mmHg², p = 0.01) and low frequencies (1.7 [1.0-3.0] vs. 3.0 [2.0-4.0] mmHg², p = 0.04) of SBP. Additionally, we observed a lower gain of baroreflex control in prehypertensive patients compared to normotensive patients (12.16 ± 4.18 vs. 18.23 ± 7.11 ms/mmHg, p = 0.03), but similar delay time (-1.55 ± 0.66 vs. -1.58 ± 0.72 s, p = 0.90). Conclusion: Prehypertensive patients with FHSAH have autonomic dysfunction and increased vascular conductance when compared to normotensive patients with the same risk factor. (Arq Bras Cardiol. 2018; 110(2):166-174) Keywords: Hypertension / genetic; Autonomic Nervous System; Risk Factors; Endothelium, Vascular / physiopathology. Full texts in English - http://www.arquivosonline.com.br 166

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=