ABC | Volume 110, Nº2, Fevereiro 2018

Artigo Original Gripp et al Acurácia do strain longitudinal global para cardiotoxicidade Arq Bras Cardiol. 2018; 110(2):140-150 Figura 2 – Boxplot ilustrando a diferença entre os grupos com e sem cardiotoxicidade. Em A) redução percentual da variação do strain longitudinal global (SLG) do ventrículo esquerdo; e, em B) redução percentual da variação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). 40,00 40,00 60,00 30,00 20,00 20,00 10,00 ,00 ,00 –10,00 –20,00 –20,00 –40,00 Não Sim Não Sim Cardiotoxicidade Cardiotoxicidade 27 28 42 A B ReduçãopercentualdoSL2D ReduçãopercentualdaFEVE Tabela 5 – Modelos de Regressão de Cox B SE p HR IC95% Modelo de regressão de Cox (Univariada) Função diastólica 0,551 0,221 0,013 1,735 1,126-2,675 Volume de Átrio Esquerdo (ml/m 2 ) - 0,354 0,154 0,022 0,702 0,519-0,950 FEVE (%) - 0,117 0,046 0,011 0,889 0,813-0,973 SLG (%) 1,020 0,353 0,004 2,773 1,389-5,536 Modelo de regressão de Cox (Multivariada - A) Volume de Átrio Esquerdo (ml/m 2 ) - 0,218 0,249 0,382 0,804 0,494-1,311 FEVE (%) 0,108 0,084 0,198 1,115 0,945-1,314 SLG (%) 1,41 0,686 0,040 4,097 1,068-15,716 Modelo de regressão de Cox (Multivariada - B) FEVE (%) 0,143 0,103 0,163 1,154 0,944-1,412 SLG (%) 1,975 0,952 0,038 7,207 1,115-46,573 Função Diastólica - 0,153 0,345 0,658 0,858 0,436-1,688 B: coeficiente; SE: erro padrão; HR: Hazard Ratio; IC: intervalo de confiança; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; SLG: Strain Longitudinal Global. pacientes submetidos ao tratamento antineoplásico. 14,16,18-21 Contudo, não há consenso até o momento em relação ao ponto de corte específico dessa variável que deve ser utilizada como preditor de cardiotoxicidade. Os resultados do nosso estudo confirmamo SLG do VE como um excelente preditor independente de cardiotoxicidade, o que pode ser avaliado pelos dados da regressão de Cox (p = 0,004, HR = 2,77; IC95%: 1,39-5,54). Em nenhum caso avaliado, a queda do SLG do VE ocorreu após a queda da FE. A alteração do SLG do VE ocorreu a partir do 3° mês, enquanto a FE pelo Simpson se alterou apenas no 6° mês. Na literatura não há umconsenso em relação ao valor do SLG do VE capaz de prever cardiotoxicidade. Os artigos mencionam que a redução entre 10% e 15% utilizando a técnica do Speckle Tracking poderia predizer esse desfecho. A última recomendação europeia de 2016 cita que uma reduçãomaior que 15%poderia prever cardiotoxicidade, enquanto que uma redução menor que 8% poderia excluir o diagnóstico. Entretanto, ainda assim, há uma zona cinzenta entre esses valores. 12,22 Devido à inconsistência dos dados, nosso estudo se propôs a encontrar o melhor ponto de corte do valor absoluto e redução percentual do SLG do VE para predição de cardiotoxicidade. Com os cinco eventos descritos, foi possível construir curvas ROC para avaliar o diagnóstico de cardiotoxicidade no 6 o mês. A necessidade de se definir o ponto de corte ideal do percentual de queda do SLG capaz de prever a cardiotoxicidade foi também abordada por alguns autores nos últimos anos. Segundo a descrição de Sawaya et al., 16 uma queda de 10% nessa variável no 3° mês de avaliação era capaz de prever a disfunção ventricular ocorrida 147

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