ABC | Volume 110, Nº2, Fevereiro 2018

Relato de Caso Lopes et al. Displasia AVD Arq Bras Cardiol. 2018; 110(2):201-202 tivesse algumas das características cardinais de DAVD 6 (dilatação/disfunção do VD e arritmia), o diagnóstico só foi confirmado após os achados histológicos, uma vez que a apresentação fetal dessa doença é rara e a literatura que compreende esse escopo é escassa. 2 Dado que as arritmias ventriculares sãomuitomais frequentes na DAVD, o diagnóstico de taquicardia supraventricular na terceira e atual gravidez antes do encaminhamento para a nossa unidade foi provavelmente errôneo, com consequente tratamento medicamentoso (digoxina) não ideal. Apesar da droga escolhida, parece que nesse caso a evolução para insuficiência cardíaca e morte não poderia ser evitada, mas devemos ter muito cuidado na análise do ritmo fetal, porque um diagnóstico pré-natal correto é crucial para a seleção de medicamentos corretos para fetos que necessitemde tratamento antiarrítmico, melhorando as chances de sobrevivência. Esse artigo não apenas nos ensina a importância da avaliação da função ventricular ecocardiográfica, especialmente no caso de arritmia ventricular, mas também enfatiza a DAVD como um possível diagnóstico no feto no início da gestação. Figura 1 – Ecocardiografia fetal e características anatômicas observadas na autópsia. (A) Imagem de quatro câmaras com 36 semanas de gestação mostrando aumento cardíaco e dilatação do átrio esquerdo. (B) Imagem triarterial mostrando fluxo reverso (reversal flow) ao nível do canal arterial (seta). C) Coração e pulmões com ventrículo direito pálido e aumentado. (D) Parede ventricular direita fina e quase desprovida de fibras musculares. E) Coloração de hematoxilina-eosina demonstrando ausência de fibras miocárdicas e substituição por tecido fibroadiposo da parede livre anterior do ventrículo direito. AD: átrio direito; VD: ventrículo direito; AE: átrio esquerdo; VE: ventrículo esquerdo; P: pulmões. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa e Análise e interpretação dos dados: Lopes LM; Obtenção de dados: Lopes LM, Pacheco JT, Schultz R; Redação do manuscrito: Lopes LM, Pacheco JT; Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Lopes LM, Schultz R, Francisco RPV, Zugaib M. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Não há vinculação deste estudo a programas de pós-graduação. 1. Basso C, Corrado D, Marcus FI, Nava A, Thiene G. Arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy. Lancet. 2009;373(9671):1289-300. 2. RusticoMA,BenettoniA,FontaliranF,FontaineF.Prenatalechocardiographic appearance of arrhythmogenic right ventricle dysplasia: a case report. Fetal Diagn Ther. 2001;16(6):433-6. 3. FalkensammerCB,Paul J,Huhta JC.Fetalcongestiveheart failure:correlation of Tei-index and cardiovascular score. J Perinat Med. 2001;29(5):390-8. 4. Marcus FI, McKenna WJ, Sherrill D, Basso C, Bauce B, Bluemke DA, et al. Diagnosis of arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy/ dysplasia: proposed modification of the task force criteria. Circulation. 2010;121(13):1533-41. 5. Lindström L, Wilkenshoff UM, Larsson H, Wranne B. Echocardiographic assessment of arrhythmogenic right ventricular cardiomyopathy. Heart. 2001;86(1):31-8. 6. McKennaWJ,ThieneG,NavaA,FontaliranF,Blomstrom-LundquistG,FontaineG, etal.Diagnosisofarrhythmogenicrightventriculardysplasia/cardiomyopathy.Task ForceoftheWorkingGroupMyocardialandPericardialDiseaseoftheEuropean Society of Cardiology and of the Scientific Council on Cardiomyopathies of the InternationalSocietyandFederationofCardiology.BrHeartJ.1994;71(3):215-8. Referências Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da licença de atribuição pelo Creative Commons 202

RkJQdWJsaXNoZXIy MjM4Mjg=