ABC | Volume 110, Nº1, Janeiro 2018

Artigo Original Liporaci et al Efeitos do tilt test em indivíduos saudáveis Arq Bras Cardiol. 2018; 110(1):74-83 TAe TAd RAe RAd GMe GMd EEe EEd Pré-MV Pós-MV MV 0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 a a a b a b a b a b a b b A A A c A c A c A c A c C C B B B B C B C B C % esforço máximo Figura 7 – Porcentagem do esforço máximo em relação à atividade eletromiográfica registrada durante o teste dividido em três estágios Pré-MV, durante MV e Pós-MV, durante HUT. A, B, C: diferença significativa para o músculo correspondente em relação ao músculo correspondente representado por sua letra minúscula (a,b,c): p < 0,05. Apesar da premissa de que o corpo pode ser representado como um pêndulo invertido na manutenção do ortostatismo por estudos de cinemática, cinética e EMG, 18,19 por outro lado, a contribuição de pequenos deslocamentos nas articulações que mantém a postura vertical, como tornozelo e quadril, desempenham importante papel no ortostatismo e não pode ser ignorada. 20-22 Conscientes do papel do sistema musculoesquelético como protagonista do retorno venoso por meio da contração muscular na região do corpo abaixo da linha do coração, resolvemos documentar a atividade de alguns músculos que participam das estratégias de tornozelo para manutenção da postura ereta, tibial anterior e gastrocnêmio, e de músculos que participam da manutenção da postura do hemicorpo superior, retoabdominal e eretor da espinha, e assim comparar entre os dois testes. A progressão das alterações ao longo dos testes, principalmente até o término das MVs, foi observada para sete dos oito músculos estudados, exceto para RAd durante o AS e GMd durante o HUT não tiveram relevância estatística nas alterações encontradas quando comparado o período durante a realização das MVs em relação ao período pré-MV durante o ortostatismo. Se compararmos a atividade elétrica entre os dois testes, verificamos que a atividade eletromiográfica foi maior durante AS que em HUT, exceto para os músculos EEd e EEe, que tiveram atividade maior em HUT que durante o AS. Estes dados concordam com nossa hipótese de que a participação muscular para cada um dos testes seria diferente. O AS possibilita que o paciente utilize livremente suas estratégias musculares de manutenção postural, contraindo a musculatura à medida em sinta necessidade de corrigir uma possível oscilação do corpo que possa levar à queda. Já durante o HUT, com o paciente atado à mesa ortostática, estas estratégias ficam comprometidas, limitando o paciente a se projetar para frente apenas, visto que ele possui um anteparo da parte posterior do corpo. Assim, durante o HUT verificamos exatamente isto, uma atividade eletromiográfica maior para os eretores da espinha do que durante o AS, possivelmente devido ao exposto acima. Tendo a musculatura esta participação no controle postural e retorno venoso, julgamos pertinente analisar a oscilação do centro de pressão por meio de uma plataforma de força para tentar entender quando as alterações cardiovasculares e a ação muscular frente a estas alterações hemodinâmicas repercutiriam na oscilação do corpo. O interessante de se ressaltar para o conjunto de dados das variáveis de deslocamento total e velocidade média total é a relevância estatística encontrada para os valores em torno da 2º MV, onde a oscilação apresentou valores de deslocamento e velocidade superiores em relação aos tempos anteriores. Dividindo o tempo total sobre a plataforma de força durante o AS em 3 partes, nomeadas como pré-MV, MV e após-MV, onde período MV corresponde à parte do tempo em que se realizou as três MVs, verificamos que o deslocamento total do centro de pressão sobre a plataforma e a velocidade média total foram significativamente maiores no período durante as MVs se comparado com o período pré-MV. Além disso, a velocidade média diminuiu significativamente no período após-MVs. Gatev et al., 23 documentaramque, omúsculo gastrocnemio, analisado por ele em sua porção lateral, apresentou atividade muscular positivamente relacionada com o deslocamento do CP. Ainda de acordo com Gatev et al., 23 esta oscilação, principalmente antero-posterior provocada 80

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