ABC | Volume 110, Nº1, Janeiro 2018

Artigo Original Santos et al Construção e validação psicométrica do HIPER-Q Arq Bras Cardiol. 2018; 110(1):60-67 Tabela 4 – Estrutura fatorial do HIPER-Q, classificado por cargas Item Área Fatores 1 2 3 4 5 17 Autocuidado 0,825 6 Tratamento 0,792 5 Diagnóstico 0,745 11 Exercício físico 0,664 1 Conceito e fisiopatologia 0,477 14 Tratamento 0,646 13 Conceito e fisiopatologia 0,631 3 Sinais e sintomas 0,525 16 Diagnóstico 0,734 4 Exercício físico 0,63 8 Exercício físico 0,635 7 Fatores de risco 0,534 12 Fatores de risco 0,470 2 Fatores de risco 0,328 10 Exercício físico 0,684 9 Autocuidado 0,580 15 Autocuidado 0,426 dos pacientes. Os itens em que os pacientes apresentaram maior conhecimento foram: “Se algum profissional da saúde verificar que sua pressão arterial está alterada, você deve”, “Com base no seu conhecimento sobre Hipertensão Arterial Sistêmica, responda“ e “Qual grupo de fatores abaixo tem maior influência no desenvolvimento da Hipertensão Arterial Sistêmica?” Os itens em que os pacientes apresentarammenor conhecimento foram: “Sobre a auto medida da pressão arterial é correto afirmar”, “Sobre a síndrome do jaleco branco é correto afirmar” e “Dos itens abaixo relacionados quais os mais precisos no diagnóstico da Hipertensão Arterial Sistêmica?” Em relação as áreas de conhecimento, os pacientes apresentarammaior conhecimento nas áreas de conhecimento sobre a “doença” e “conceito e fisiopatologia”. As áreas em que os pacientes apresentaram menor conhecimento foram “diagnóstico” e “sinais e sintomas”. Como mostrado na Tabela 1, maior conhecimento sobre a HAS esteve associado com as comorbidades doença arterial coronariana (p < 0,001), dislipidemias (p = 0,006), infarto do miocárdio (p < 0,001) e doença arterial obstrutiva periférica (p = 0,004). Ainda, angioplastia (p < 0,001) ou cirurgia cardiológica (p = 0,002) prévia esteve associada com maior conhecimento sobre a doença. Discussão A educação do paciente é um dos componentes centrais da RC e é necessária para promover a compreensão sobre estratégias de prevenção secundária e aderência ao tratamento. 9,28,31 Neste estudo, uma nova ferramenta para avaliar o conhecimento de hipertensos participantes de programas deRC foi desenvolvida e validada psicometricamente por de um processo rigoroso. De maneira geral, clareza, consistência interna, confiabilidade, estrutura dimensional e validade de critério foram estabelecidas e demonstraram que o HIPER-Q é um instrumento valido e útil na avaliação do conhecimento do paciente hipertenso sobre sua doença. O primeiro dado do estudo a ser considerado é o índice de clareza gerado pelos profissionais e pacientes que determinou que o instrumento proposto é de fácil compreensão para a população avaliada. 31,32 Segundo, comparando-se a análise fatorial relatada em estudos semelhantes, 12,31,33 o HIPER-Q apresentou conformidade com a disposição dos fatores e itens, sendo que, em cada um dos cinco fatores, predominaram itens com similaridade em relação às áreas do conhecimento. Os fatores foram agrupados em termos de estabilidade, interpretação das áreas e princípios básicos das regras de construção, a fim de elaborar um construto confiável e consistente.Os fatores abrangeramuma quantidade diversificada de itens em cada domínio, entretanto correlacionadas entre si, o que pode ser explicado pela HAS ser caracterizada como uma doença sistêmica e multifatorial. 3,24 Os resultados da consistência interna (alfa de Cronbach = 0,648) foram congruentes com aqueles apresentados em outros estudos envolvendo instrumentos que avaliam o conhecimento de hipertensos sobre sua doença 19,34-36 e também com outros trabalhos de mesma estrutura 12,33 demonstrando que há uma correlação adequada entre os itens do questionário. No entanto, o HIPER-Q foi validado em programas de RC com características diferentes, públicos e privados, e isso pode ter afetado o valor do alfa (não tão alto quanto ao de estudos similares). 65

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