ABC | Volume 110, Nº1, Janeiro 2018
Artigo Original Paixão et al Correlação do ECG com RM na cardiomiopatia hipertrófica Arq Bras Cardiol. 2018; 110(1):52-59 Tabela 1 – Mediana e percentis para massa e percentual de fibrose miocárdica pela ressonância magnética cardíaca, conforme localização de hipertrofia miocárdica Variáveis Apical Concêntrica Septal Valor de p K-W AxC AxS CxS Massa Fibrose (gramas) Mediana (P25; P75) 0 (2; 27) 7 (40; 83,5) 0 (3,5; 15) <,0001 0,0210 0,9974 < 0,0001 % Fibrose Mediana (P25; P75) 0 (2; 20) 4 (20; 31,75) 0 (3; 13) 0,0014 0,1160 0,9998 0,0010 P25: Percentil 25; P75: Percentil 75. P-values: K-W: teste de Kruskal-Wallis; Comparações múltiplas entre os grupos: AxC: Apical x Concêntrico; AxS: Apical x Septal; CxA: Concêntrico x Apical pelo método de Dunn. Por outro lado, nas derivações V5 e V6, a amplitude da onda R medida em milímetros obteve correlação significativa com a hipertrofia apical, padrão concordante com o encontrado em outros estudos. 12 A média da onda R em V5 e V6 na região apical foi de 26 mm, o que é semelhante ao descrito por Yamaguchi et al., 12 nos pacientes com hipertrofia apical confirmada pelo ecocardiograma. A análise da onda R em V1 não conseguiu demonstrar boa correlação com o padrão anatômico de acometimento. A hipertrofia apical também foi relacionada à maior negatividade da onda T nas derivações DI, V5 e V6, com médias de -3,8 mm, -10,2 mm e -7,9 mm, respectivamente. Chen X et al., 13 analisaram 118 pacientes com CMH e observaram que ondas T negativas foram associadas à hipertrofia apical (p = 0,009), corroborando o presente estudo. As ondas T gigantes, descritas como inversão maior ou igual a 10 mm em qualquer derivação anterior, também foram associadas à hipertrofia apical, sendo essas encontradas nos pacientes do estudo nas derivações V5 e V6. 14,15 A mesma relação foi descrita por Song et al., 15 em estudo com 70 pacientes que também evidenciou correlação entre a onda T negativa profunda com a hipertrofia apical pela ressonância magnética (p = 0,018). A respeito da análise do padrão de strain no ECG (alteração do segmento ST e onda T), demonstrou-se que esse achado eletrocardiográfico teve 100% de correlação com o padrão anatômico de acometimento apical do ventrículo esquerdo. Nos pacientes com hipertrofia concêntrica, foi encontrado esse padrão de alteração de repolarização ventricular em 71% dos casos, enquanto na forma septal, apenas 28%, com significância estatística. Kim et al., 16 encontraram nos 864 pacientes analisados com CMH a mesma correlação do padrão strain com hipertrofia apical; no entanto, essa foi avaliada pelo ecocardiograma (p < 0,001). 16 A análise específica desse dado eletrocardiográfico e sua correlação com a ressonância nuclear magnética em CMH não foi encontrada na literatura. A sobrecarga ventricular esquerda eletrocardiográfica foi mais frequente naqueles compadrão concêntrico (71%) que nas demais hipertrofias (42%), não havendo significância estatística Figura 4 – Médias para massa e percentual de fibrose miocárdica pela ressonância magnética cardíaca conforme localização de hipertrofia miocárdica. Massa Fibrose (gramas) Localização da hipertrofia Localização da hipertrofia % Fibrose Concêntrica Septal Apical Concêntrica Septal Apical 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 11,2 57,07 11,45 8,4 20,41 7,63 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 56
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