ABC | Volume 110, Nº1, Janeiro 2018

Editorial Rochitte Novo Editor-Chefe, Novos Desafios Arq Bras Cardiol. 2018; 110(1):1-3 mais provavelmente o ScholarOne , que permitirá ummanejo mais prático e rápido dos artigos de todos os pontos de vista, dos autores, editores associados, editor-chefe, revisores e assistentes editoriais. Além disso, vamos trabalhar de forma muito próxima aos autores e revisores para obtermos uma revisão rápida e efetiva e que permita a tomada de decisão pelos editores da forma mais precisa e eficiente possível. Algumas mudanças de formato dos artigos também estão sendo planejadas, para torná-los mais concisos, diretos e pragmáticos. Em recente visita do Prof. Valentin Fuster, Editor-in-Chief do JACC, perguntamos “ How do you do it? ” e obtivemos como resposta um “ Keep it simple!! ”. Acho que devemos ouvir e seguir esse conselho. Assim, mini-editoriais para os artigos originais e a Figura 1 sumarizando o artigo são modificações formais que estamos implementando. Mas nem tudo está planejado linearmente como descrito acima. Novos desafios vão demandar a participação de todos os “ players ” deste processo científico, incluindo nossos associados da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Em recente reunião da Scielo, essa determinou novas diretrizes para serem seguidas pelos periódicos latino-americanos, algumas delas com características disruptivas e efeitos finais ainda imprevisíveis. Como exemplos mais importantes estão a publicação continuada e o conceito de “ciência aberta”. Esse último inclui a publicação em repositórios dos dados fontes que geraram os resultados daquele manuscrito. Essa publicação torna os dados públicos e passivos de serem usados, checados e re-analisados por outros grupos que não os autores originais. Apesar de extremamente controverso, esse mecanismo parece aumentar o número de citações dos artigos e, portanto, do impacto desses e do periódico, além do ganho de credibilidade dos artigos e periódicos. Isso funcionaria da mesma forma no nosso ambiente científico nacional? Essa é uma resposta que apenas a comunidade científica pode dar e cuja decisão de adoção pelos nossos Arquivos Brasileiros de Cardiologia terá que passar por profunda e ampla discussão. Nessa mesma linha, e possivelmente ainda mais controversa, a “ciência aberta” propõe a aceitação de artigos no formato “ preprint ”. De forma sumária, já existem repositórios online que aceitam artigos científicos ainda sem passar pelo processo de revisão pelos pares ou peer-review . Isso garante que os autores mantenham a “propriedade” da ideia e dados ali contidos de forma imediata, com capacidade de serem citados por outros autores, mas pode gerar a exposição de artigos de baixa qualidade. Por outro lado, durante a exposição, como num fórum de internet, podem ser feitos comentários que os autores podem usar para melhorar a qualidade de sua publicação. Muitos periódicos já aceitam a submissão de artigos que foram publicados como “ preprint” . Devem os Arquivos Brasileiros de Cardiologia também aceitar? Novamente, ampla discussão e um grande desafio se coloca à nossa frente para nos adaptarmos a essa nova realidade digital deste nosso mundo virtual. A Scielo parece estar apoiando fortemente essas medidas que em breve serão consideradas como mandatórias. Na literatura existem evidências que movimentos em direção à “ciência aberta” aumentam o fator de impacto dos periódicos. 4,5 Acho que temos que acompanhar a mudança dos tempos... Planejamos ainda utilizar de forma mais intensa as mídias sociais para a divulgação do conteúdo dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia . Já temos dados claros na literatura, por exemplo, de que a presença dos periódicos no Twitter aumenta sobremaneira o número de citação dos artigos e o seu impacto. 6 Mas algumas coisas nunca mudam e a “boa ciência” e a relevância dos artigos continuam dependendo de aspectos científicos tradicionais, como modificar a prática clínica, gerar novos conhecimentos ou ideias sobre a fisiopatologia, história natural ou tratamento de uma doença. Baseado nessa “boa ciência” que tem sido cultivada pelos Arquivos Brasileiros de Cardiologia ao longo de sete décadas de existência, e por representar a ciência de uma das maiores sociedades de cardiologia do mundo é que tenho certeza que o futuro do nosso periódico Arquivos Brasileiros de Cardiologia é brilhante e continuará se mesclando com a história da Cardiologia brasileira. Figura 1 – Primeira página do primeiro artigo publicado pelos Arquivos Brasileiros de Cardiologia em 1948. 2

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