ABC | Volume 110, Nº1, Janeiro 2018

Ponto de Vista Rêgo et al Insuficiência Cardíaca, Cérebro e Atividade Física Arq Bras Cardiol. 2018; 110(1):91-94 Figura 1 – Atividade física aeróbia promove aumento nas concentrações de VEGF e BDNF podendo melhorar processos cognitivos e aumentar o tônus parassimpático e diminuir a ativação simpática. Essa condição pode diminuir a resistência vascular periférica e levar ao aumento do fluxo sanguíneo cerebral no córtex pré-frontal, interferindo positivamente na capacidade cognitiva. Com o aumento do fluxo sanguíneo cerebral no córtex pré-frontal, pode haver uma inibição da amígdala promovendo a um aumento vagal e diminuição simpática, retroalimentado o sistema. VEGF: fator de crescimento endotelial vascular; BDNF: fator neurotrófico derivado do cérebro. Atividade Física Aeróbica ↑ VEGF ↑ BDNF ↑ Parassimpático ↓ Simpático ↑ Cognição ↑ Perfusão CPF ↓ Resistência vascular periférica ↓ Amígdala devem ser feitos antes da prática, como a realização do teste de esforço máximo para análise da condição física e clínica. A prescrição deve ser feita com base em avaliações realizadas periodicamente pelo cardiologista e na estratificação de risco do pacientee a prática não deve ser realizada sem supervisão. 2 Logo, fica clara a importância da atividade física em um contexto bemmais amplo e que vai alémdamelhora do coração, que é o benefício da função cerebral de insuficientes cardíacos, através de mudanças funcionais e morfológicas no cérebro e SNA, implicando maior eficiência em processos cognitivos. Portanto, é válido enfatizarmais uma vez a prescrição da AFA com foco também na cognição, com a justificativa de potencializar o desempenho nas atividades básicas e instrumentais dessa população e explicitando seus benefícios práticos e a sua contribuição na possibilidade de um maior bem-estar dos pacientes durante a evolução do quadro clínico. Por fim, somada ao combate ao sedentarismo e à melhora do músculo cardíaco, a prescrição da AFA deve ser voltada ao benefício cognitivo, com repercussão no manejo de possíveis limitações cotidianas, como ir às compras, comprometimento da compreensão, comunicação e das relações interpessoais. Essa pode ser uma forma de aumentar a adesão do paciente a esse componente terapêutico, auxiliando o seu tratamento e trazendo mais benefícios e qualidade de vida. Contribuição dos autores Concepção e desenho da pesquisa, Redação do manuscrito e Revisão crítica do manuscrito quanto ao conteúdo intelectual importante: Rêgo MLM, Cabral DAR, Fontes EB. Potencial conflito de interesses Declaro não haver conflito de interesses pertinentes. Fontes de financiamento Opresente estudo não teve fontes de financiamento externas. Vinculação acadêmica Não há vinculação deste estudo a programas de pós‑graduação. 1. BocchiEA.HeartfailureinSouthAmerica.CurrCardiolRev.2013;9(2):147-56. PMID: 23597301. 2. Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Ayub Ferreira SM, Rohde LE, Oliveira WA, Almeida DR, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. [III Brazilian guidelines on chronic heart failure]. Arq Bras Cardiol. 2009;93(1 Suppl.1):3-70. PMID: 20963312. 3. Vogels RL, Scheltens P, Schroeder-Tanka JM, Weinstein HC. Cognitive impairment in heart failure: a systematic review of the literature. Eur J Heart Fail. 2007;9(5):440-9. doi: 10.1016/j.ejheart.2006.11.001. 4. Diamond A. Executive functions. Annu Rev Psychol. 2013;64:135-68. doi: 10.1146/annurev-psych-113011-143750. 5. Woo MA, Kumar R, Macey PM, Fonarow GC, Harper RM. Brain injury in autonomic, emotional, and cognitive regulatory areas in patients with heart failure. J Card Fail. 2009;15(3):214-23. doi: 10.1016/j. cardfail.2008.10.020. 6. Alagiakrishnan K, Mah D, Ahmed A, Ezekowitz J. Cognitive decline in heart failure. Heart Fail Rev. 2016;21(6):661-73. doi: 10.1007/s10741-016- 9568-1. Referências 93

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