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Pós-Graduação da Cardiologia Brasileira

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Estudo ecocardiográfico do fluxo venoso pulmonar nas cardiopatias congênitas com hiperfluxo pulmonar: estudo comparativo antes e após inalação de oxigênio a 100%
TESE DE DOUTORAMENTO

Autor: Ivan Romero Rivera

Instituição do Autor e do Orientador
Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal São Paulo (UNIFESP)

Orientador
Antonio Carlos de Camargo Carvalho

Data da Defesa
31 de Outubro de 2001

Endereço para correspondência
Av. Eng. Mário de Gusmão 1281. Apto 404. Edf Castelgandolfo.
CEP: 57035 – 000
Maceió. AL
irivera@cardiol.com.br

Resumo

RIVERA, I.R. Estudo ecocardiográfico do fluxo venoso pulmonar nas cardiopatias congênitas com hiperfluxo pulmonar: estudo comparativo antes e após inalação de oxigênio a 100%. São Paulo, 2001. Tese (Doutorado) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal do Estado de São Paulo.

Não existem no momento parâmetros ecocardiográficos que permitam quantificar a resistência vascular pulmonar (RVP) e ainda estabelecer, em crianças com doença cardíaca congênita e hiperfluxo pulmonar, diferenças entre estados de doença vascular pulmonar com hiper-resistência fixa daqueles hiper-reativos, originados por aumento do tono vaso-motor. De forma invasiva, a inalação de oxigênio a 100% na sala de hemodinâmica é um procedimento freqüentemente utilizado com esta finalidade.

O objetivo principal deste estudo foi analisar a relação entre a variação de parâmetros do fluxo venoso pulmonar obtido por ecocardiograma transtorácico com a variação da RVP, após inalação de oxigênio, em pacientes com doença cardíaca congênita e hiperfluxo pulmonar.

Foram estudados 18 pacientes, dez do sexo feminino, com idade variando entre 4 meses a 22 anos, com cardiopatia de hiperfluxo pulmonar. Todos os pacientes foram submetidos a cateterização completa onde foram analisadas a RVP, bem como a relação Qp/Qs antes e após inalação de oxigênio a 100%. Foram simultâneamente avaliadas mediante Doppler e ecocardiograma bidimensional, a integral de fluxo e velocidade da veia pulmonar inferior esquerda (VTIvp) e a relação Qp/Qs obtida na via de saída dos ventrículos.
 
Não houve variação significante nas variáveis clínicas analisadas. No cateterismo, a RVP apresentou diminuição significante quando comparados os dados antes e após a inalação de oxigênio (p=0,0001) com aumento significante da relação Qp/Qs (p=0,0008). No ecocardiograma, a VTIvp apresentou aumento significante após inalação de oxigênio (p=0,0002), com aumento não significante da relação Qp/Qs (p=0,16). A correlação entre a VTIvp obtida pelo ecocardiograma e a relação Qp/Qs ou da RVP obtidas pelo catetersimo foi de –0,74 e 0,74 respectivamente. Houve 83,3% de concordância entre a diminuição da RVP no cateterismo e o aumento da VTIvp no Doppler antes e após a administração de oxigênio, com sensibilidade de 85,7%, especificidade de 75,0%, valor preditivo positivo de 92,3% e valor preditivo negativo de 60,0%.

Conclui-se que as variações da VTIvp obtidas mediante Doppler na sala de cateterismo foram relacionadas à queda da RVP neste grupo de crianças e adolescentes com doença cardíaca congênita. A medida da VTIvp antes e após a inalação de oxigênio pode ser um teste útil na avaliação de crianças com cardiopatia de hiperfluxo pulmonar e aumento da RVP no exame ecocardiográfico transtorácico de rotina.


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