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Arquivos Brasileiros de Cardiologia

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Ano 2002

Estudo da Reserva de Fluxo Coronariano com uso Endovenoso de Microbolhas (Ecocardiografia com Contraste) e Adenosina. Apresentação de Protocolo para Aplicação Clínica em Pacientes com Suspeita de Doença Arterial Coronariana

 

In English

Fernando Morcerf, Alvaro Moraes, Marcia Carrinho, Hans J. F. Dohmann

 

Objetivo - Testar a segurança e facilidade do ecocardiograma de estresse com o emprego de injeções endovenosas de solução sonificada de gases perfluorocarbonados, albumina e glicose (PESDA) associada a adenosina.

Métodos - O ecocardiograma com microbolhas com obtenção de contraste miocárdico para estudo da perfusão miocárdica foi realizado em repouso e após adenosina (injeção em bolus de 6 a 18mg - 1 a 3 ampolas) em 81 pacientes (64 homens, com idade média de 60±11 anos) com suspeita de doença arterial coronariana e que foram submetidos à cinecoronariografia com intervalo máximo de um mês em relação ao estudo com microbolhas. Em cada paciente as paredes do ventrículo esquerdo foram divididas em 3 territórios relacionados às artérias coronárias (direita, descendente anterior e circunflexa) e analisados 208 dos 243 territórios, excluídos 35 (31 por fibrose por infarto do miocárdio prévio e 4 não visualizados). A solução PESDA foi preparada com a sonificação de mistura de 1ml de albumina a 20%, 12ml de glicose a 5% e 8ml de gás decafluorobutano (manualmente agitados previamente) e diluída em 80ml de glicose a 5%. Esta solução foi infundida de forma continua (1-2ml/m) para se obter o melhor contraste miocárdico. Utilizou-se em todos os estudos o equipamento ATL HDI-3000, em segunda harmônica e com imagens intermitentes (1:1 com QRS do eletrocardiograma).

Resultados - Cinecoronariografia mostrou lesão significativa limitante de fluxo (>75%) em 70 artérias e lesão não significativa ou não limitante de fluxo (<75%) em 138 artérias. A intensificação do contraste miocárdico em repouso foi observada em pelo menos um segmento das paredes do ventrículo esquerdo em todos os pacientes. Após a injeção em bolus de adenosina, foi observado inequívoco e inquestionável aumento da intensidade do contraste miocárdico, com duração usualmente <10s, em 136/138 territórios (98,5%) relacionados a lesões não significativas (<75%), e, em apenas 2/70 territórios (3%) relacionados a lesões significativas (>75%). Falsos resultados foram observados em apenas quatro territórios. Não foram observadas complicações significativas.

Conclusão - O estudo da perfusão miocárdica pela ecocardiografia com microbolhas, em repouso e após injeção de adenosina, constitui um método sensível, prático e seguro o estudo da perfusão miocárdica e reserva de fluxo coronariano em pacientes com suspeita clínica de doença arterial coronariana.

Palavras-chave: perfusão miocárdica, contraste ecocardiográfico (microbolhas), doença arterial coronariana

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